segunda-feira, 2 de março de 2015

Since Ever


 Ontem, nos falamos,
e a palavra mais sábia
que poderia escolher,
a mais bela de todas as que usei,
foi o silêncio.

 Sem me arrepender de nada
do que eu te disse,
arrependo-me de não preservar 
meu precioso silêncio.

 Uma tinta diferente
colore as palavras
que escrevo agora.

 Depois de ler tudo o que me disse ontem,
acordei hoje sozinho novamente.

 Nenhuma das nossas palavras mudou nada,
o mundo não mudou, para mim, em nada,
apesar de tantas mudanças constantes,
é como se eu tivesse parado no tempo.

 Estou tão confuso...

 Orfeu parece me seduzir e
rir de tanta fragilidade.
 Afrodite parece inventar mais brincadeiras de amor,
e usa meu coração como cobaia, mas...
_ Ei! Afrodite, não tem graça não!

 Até agora, não me preocupava em ser todo
tão certo, nem sedutor.
 Eu era feliz em saber que era desejado
somente por se o que era desde sempre...

 Era eu, mas de mim, nada;
era homem, mas não sentia nada.
 Agora sei que sou Cravo,
sei que de tudo, sou cor,
sou flor, sou sua dor.

 Agora, quem guarda,
quem coleciona corações,
e os coloca em prateleiras,
sou eu.




                                          Théo.