terça-feira, 28 de abril de 2015


 E lá estava ele,
tão apetitoso,
tão brilhante,
e num ciclo tão perfeito...
 Foi quando não pôde mais rejeitar
e então cedeu.
 Esperava ansiosa para
moê-lo em sua goela...
        GLUP!
 A galinha engoliu o tempo!

                        Ingrid Nogueira

Lembranças Mudas



 Eu me perco um meio a
tantas lembranças.
 Deixo-me achar dentro de cada
palavra que me escreves.
 Após qualquer transtorno
guardo as direções que me apontaste.
 E no final de tudo,
sou uma carta alerta,
um livro de lembranças mudas.

                           Ingrid Nogueira.

segunda-feira, 27 de abril de 2015


 Ei, ei, ei!
 Preciso de você agora,
no momento mais crítico 
da minha vida

 Preciso do seu sexo,
e de todo o teu amor
 _ És inconfundível sabor,
calor que nunca refresca.

                            Ingrid Nogueira.  

 Fui gentil, é verdade.
 Mas essa é a última vez que
espero por você nessa vida.

 Eu esperei ansiosa para ver
novamente esses seus olhos negros,
e acreditei realmente que esperavas
tão ansiosa quanto eu,
que farias tudo pra vir e me ver,
mesmo que por uma hora e meia apenas.

 Mais uma vez,
coloquei em você
mais expectativas do que eu deveria.

 Dessa vez acredito que aprendi,
e espero que tudo se o que você 
decidiu fazer ao invés de estar aqui,
te renda muito reconhecimento,
dinheiro e prazer.

                                        Flora.


  Me tratou como uma distração,
uma meretriz.
 Me fez como uma despedida de solteiro,
a mais demorada que houve.
 Me levou como uma diversão.

 E como todo o resto da sua vida,
daquela parte antiga,
fui forçada a me despedir,
estamos aqui, eu e tudo mais,
sem você.
 Fomos obrigados a ver-te indo daqui.


                                         Théo.

Sobre a briga de ontem à noite


 Nós brigamos e eu fui até
o lugar mais quieto do nosso castelo,
fui ficar calado, sozinho.

 Fui até lá, rever-nos,
naqueles dias felizes do início,
e descobri que era você
quem tinha a razão desde lá,
desde aqui, há tempos.

 Eu vivo em uma eterna contradição,
é verdade e só o que não
se contradiz é esse sentimento que,
tolo que sou, tentei por tanto tempo,
esconder de mim mesmo.

 Sentado aqui na janela do nosso
altíssimo forte, no nosso porto-seguro,
não escrevo em folha pautada,
pois como em nossa vida,
fazemos nossas regras,
marcamos nossos próprios limites
para depois os quebrarmos,
não nos limitamos aos sins e nãos
que encontramos pelo caminho.

 E agora volto, furtado por mim,
mergulhado em tão intensa hipnose,
em um turbilhão de BPS só por lembrar nós dois.


                                            Tato.

Comigo Todo


 Porque é que que fostes crescer coração?

 Coração de gente grande é bobo,
e se apaixona...
é bobo e dói pelo que não devia sofrer;
é bobo e se importa com quem já não deveria fazer falta.

 Coração de gente grande é compreensivo e incompreendido,
é compreensivo e incompreensível,
é louco e faz a maior questão de ser atendido.

 Coração de gente grande é autoexplicativo
e não explica nada,
ele ensina o que não fazer, fazendo.

 Cérebro tolo,
quanto mais sabe,
mais imbecil fica.

 Eu aqui,
brigando comigo todo,
sabendo que ela está longe demais,
consciente de que ela está alto demais,
muito à frente.

 E é por toda essa sua 
imensidão que eu peco,
por toda essa sua 
forma extraordinária 
e única, que lamento não te alcançar.

 Meu cérebro tolo 
exigindo de mim perfeição
e meu coração bobo não quer
mais essa calma de que 
a perfeição necessita.

 Não sei como alcançá-la,
e nem pensei no quanto isso 
me fez perder tempo,
e meu coração, coitado,
se retira agora à chorar,
se atira ao vento.

                                Ingrid Nogueira.            

Sina


 Assombração de pensamentos,
de olhos tatuados nas almas,
de palavras que enganam...

 Ladra de amores, de tempo,
de dedicação, de crença...

 Suas mentiras se entrelaçam,
e num laço amassam...
amassam corações e peles nus...

 Da roupa da alma,
que roubas ao despertar 
desejos pagãos...

 O sorriso moreno avassalador 
que carregas e defere contra 
as pobres almas carentes 
ainda me arranca todo o ar dos pulmões...

 Mesmo havendo se passado tanto tempo,
seu veneno me corrói.

 E o pior é que não há antídoto,
e se há, não me importo em procurá-lo...

 Esse mal que me causa,
é um mal que me faz bem,
me faz vivo, me faz doer
e me faz carinho...

 Ah! se você soubesse o que eu sinto...
se você soubesse o que o mundo sabe...
o que tudo dentro de mim já viveu com você...

 Jamais vais saber minha pequena...
pequena musa, pequena flor,
pequena morena, pequena estrela...
minha luz de longe...

 A outra parte, que me mata de saudade,
de vontade, de negação, 
de amor, e de não...

 Do jardim, a flor mais bela,
mais simples, mais perfumada...
mais delicada e feroz,
e venenosa, e traiçoeira...

 A mulher da minha vida,
da minha morte,
da mentira em que se tornou minha vida.

 A inspiração de todos os cortes
e falhas da alma,
cicatrizes nos pulsos,
das fitas negras na lembrança,
da censura na mente...

 Eu continuo te desejando coisas boas,
pedindo por você no meio da madrugada,
e te deixando saber,
e sendo insistente com Jah, pra ele te guardar,
abrindo mão da minha segurança,
e mandando meu anjo da guarda te proteger...

  E mesmo que você não saiba,
que ignore, e que não acredite...

 Jah, meu pai, me garantiu sua felicidade anjo,
e não me permito contar a troco de quê.

 Mas será que vai demorar outros cinco anos?!

 Será que você teria tempo?!


                                     Théo.                                  26-27/04/2015

domingo, 26 de abril de 2015


 Me desculpe a ligação assim,
no meio da noite,
estava definitivamente fora de mim.

 O resumo sobre mim depois 
de ter visto aquela foto sua com ela,
é caos.

 Me perdi,
respirei por simples 
involuntariedade cerebral,
muscular, corporal...

 Já não tinha consciência 
de nada mais.

 Parecia mesmo
aqueles momentos que 
dizem que você vê 
quando está prestes a morrer...

 Vi todos os momentos,
conversas, toques e olhares...
será que tem mesmo olhos?

 E foram eles próprios que
me mostraram que
nada foi verdadeiro
e nem recíproco,
nada fora a amizade
e suas vontades...

 Mas a "Friend Zone"
dói para quem ama...

 Àquela altura,
até uma amizade colorida 
me faria feliz,
e você não viu...

 E eu nem acredito
em como eu fiquei...
 Como eu fiquei o resto do dia,
como eu fiquei na sua vida,
jogada num canto qualquer da sua vida,
fiquei mal,
fiquei por você...

 Eu nem acredito mais
nas lembranças, nos beijos,
nos abraços...
será que tem mesmo braços?

 Sim, eu sou e fui louca...
mas só tenho à me arrepender,
de você...
 De ter sido com você.

 Porque é que foi brincar comigo,
porque eu?!

 Me responde logo flor...



                                                       Tato.                

 Ela me impôs um tempo de reflexão 
e achei que era culpa minha,
pensei nisso, até lembrar dos períodos
em que se fecha espontaneamente para o 
mundo todo aqui do lado de fora.

 Não a culpei, nem absolvi.
 Mas, dessa vez, não fui atrás,
afinal de contas, não vou passar o
resto da minha vida sendo obrigado 
a aturar esses períodos particulares inteiros.

 E é por isso que prefiro seguir
com tudo mais, sem ter que me comprometer
a esperar sua boa vontade de estar aqui,
ou de querer conversar.

 É bom que continuemos assim,
pelo menos por enquanto,
e prometo fazer o máximo pra te respeitar,
evitar te encontrar, mas não precisa
que eu vá chorar.



                                                  Tato.                           

sábado, 25 de abril de 2015


 Não te adiantará
vagares por todos aqueles lugares em
que eu falava e frequentava.
 Pois todos me lembram você
e por tal razão, foi que
deixei de frequentá-los.

 Cansei de esbarrar nas suas lembranças,
ou diria nossas?!

 A questão é que se assim
me caçares, aí é que
não me verás novamente.

                                                                  Flora.                                   

 Quanto a mim, 
sou uma dúvida constante,
uma dúvida insolúvel.

 Pelos sulcos e protuberâncias que
afundam ou nascem e se deixam descobrir,
no rosto dos que ficam,
é que decidi pelas inúmeras partidas.

 Fiquei tanto tempo inerte,
que meu punho, meus dedos,
quase não sabem mais se firmar.

 Por tais motivos,
desculpe-me a letra 
e as repetições.

 Como já não saio,
não há outras coisas sobre as quais escrever.
 Já não olho mais pela janela,
a cidade lá fora perder todo o interesse,
toda a graça quando ela se foi.

 Depois que você partiu,
os recortes dessa casa tornaram-se 
molduras das partes.

 Partes de mim,
lembranças de quando eu vivia.
 É como se formássemos 
um quebra-cabeças.

 Sou partes perdidas do
quadro que fomos juntas.

 Desculpe-me as metáforas,
o saudosismo, as partes...
 Sei que ainda há coisas 
a se entender.

 Eu vivo num tempo paralelo,
num espaço paralelo,
sou paralela a tudo.

 Marginal, viciada, anormal...
é como, onde agora vives, 
me chamariam,
eu só preferi continuar 
naquele lugar paralelo que criamos,
naquele tempo em que ainda nos falávamos...


                      Helena d'Fleur.                                 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Amor Cintilante da Lua


 Eu estou aqui!
Porque não me vês?
Já fiz de tudo para
À mim chamar sua atenção,
Me joguei na sua frente,
No meio do seu caminho.

 Eu brilhei, fiquei nua,
virei pó,
Agora estou exausta,
Me sentei no canto desta sala.

 E o meu canto você não ouviu,
Já dancei, e me fiz em outras mil,
personalidades.
 Mas você, como sempre faz,
Mais essa vez não viu.

 Será que dava Lua,
Pra só dessa vez me ouvir?!
 Já me tornei em criança,
Chorei e esperneei,
Mas nada de você aqui.

 Carrego na mão a coroa que me
Deste, em que me fizeste acreditar.

 Acredito-lhe e carrego em vão.

 Foram todas esperanças vãs.

 Várias mensagens por olhar,
Tantas ligações,
Súplicas em abraços, carícias e anseios,
Todas vãs!

 O suor de nossos corpos que
Molharam  e machucaram os lençóis,
Minha doce e alva Lua.

 Nosso óleo natural,
Que ao nos tocar corre pra todas
As fendas de nossos corpos,
Que pelo encontro perdem a timidez
E se despedem.

 O nosso amor que cintila,
Que escorre, e como o nardo mais puro,
Exala o cheiro marcante
Das nossas mãos escorrendo e
Acariciando nossos seios,
Nossas cinturas e nossos rostos
Cobertos de sincero desejo.

                                                Ingrid Nogueira.