domingo, 4 de setembro de 2016

À Beira da Morte

É lá que eu estou,
E é ali o meu lugar.

Quando eu me ausento daquele lugar,
Eu me desequilibro.

Minha casa é ali,
Eu moro à beira do abismo,
E me arrisco todos os dias
E preciso dessa adrenalina.

Eu não te obriguei a vir até aqui,
E menos ainda a se arriscar por mim,
Quando mais uma vez tive coragem de me entregar,
Eu ia mesmo era  voar...

Ela me ouviu gritar seu nome,
Mas eu queria mesmo,
Era me libertar dela..

É que eu precisava daquela sensação...

Eu precisava morrer sem peso,
Eu sabia que no final do abismo tem um elástico,
Fino e tênue,
Sutil, difícil de acertar.

Antes de me jogar,
Calculei exatamente como deveria ter sido,
Mas o amor é imprevisível,
E a morte também.

Não era pra ter vindo atrás de mim,
Porque acontece que eu acertei,
E acabei na superfície novamente,
Mas você ficou lá embaixo...

E sabe qual foi a maior dor?!
Eu não morri,
E vivi,
Eu voltei pra viver todos os outros dias,
Sem ter o seu sorriso,
Sem poder ter seus olhos outra vez vidrados em mim.

E por minha culpa,
Você não prolonga nenhuma conversa comigo mais,
Eu quero a sua atenção,
E acho que vou ter que sumir daqui,
Eu não vou mais suportar viver à mercê,
Á beira da morte que é o seu amor,
A quina do seu sorriso...

           Ingrid Nogueira.