domingo, 19 de novembro de 2017

Ela me faz enlouquecer,
eu quero desbeijá-la,
não quero usar essa devolução de
beijo com prazer,
só quero desfazer.

Ela se mostrou amarga
depois daquele beijo,
não que eu já não soubesse
que era o provável,
o problema esteve em
querer apostar no contrário,
depois da viagem dos dois minutos.

Escorpião, ela se picou,
pra não sofrer de amor
mais essa vez,
ela me contaminou com o seu veneno
e intoxicou a beleza que havia nos meus olhos,
a beleza toda que eu via em seus olhos -
talvez.

Eu não sei decifrar essa mulher,
que acredita ainda ser menina,
que pensa passar despercebida,
que acredita não chamar a atenção,
ela acredita porque quer,
pois sabe que as atenções
se voltam pra ela,
basta que ela entre e respire,
basta que seu coração bata,
que ressoe como um tambor
(ou o baixo, com suas ondas graves,
por ser o que ela decidiu tocar)
em qualquer lugar em que chegue.

Ela insiste em ser caleidoscópio,
de mesma face.
Mas acontece que ela não
tem apenas uma face,
ela é caleidoscópio de profundidade,
de complexidade,
e beleza únicos.

Ela transforma tudo,
faz tudo ser mais profundo
do que aparenta ser,
ela multiplica tudo.

Ela não quer, mas é...

Eu não quero,
mas confesso...

Me ensina como não me ligar...


   Ingrid Nogueira.