segunda-feira, 27 de abril de 2015


 Ei, ei, ei!
 Preciso de você agora,
no momento mais crítico 
da minha vida

 Preciso do seu sexo,
e de todo o teu amor
 _ És inconfundível sabor,
calor que nunca refresca.

                            Ingrid Nogueira.  

 Fui gentil, é verdade.
 Mas essa é a última vez que
espero por você nessa vida.

 Eu esperei ansiosa para ver
novamente esses seus olhos negros,
e acreditei realmente que esperavas
tão ansiosa quanto eu,
que farias tudo pra vir e me ver,
mesmo que por uma hora e meia apenas.

 Mais uma vez,
coloquei em você
mais expectativas do que eu deveria.

 Dessa vez acredito que aprendi,
e espero que tudo se o que você 
decidiu fazer ao invés de estar aqui,
te renda muito reconhecimento,
dinheiro e prazer.

                                        Flora.


  Me tratou como uma distração,
uma meretriz.
 Me fez como uma despedida de solteiro,
a mais demorada que houve.
 Me levou como uma diversão.

 E como todo o resto da sua vida,
daquela parte antiga,
fui forçada a me despedir,
estamos aqui, eu e tudo mais,
sem você.
 Fomos obrigados a ver-te indo daqui.


                                         Théo.

Sobre a briga de ontem à noite


 Nós brigamos e eu fui até
o lugar mais quieto do nosso castelo,
fui ficar calado, sozinho.

 Fui até lá, rever-nos,
naqueles dias felizes do início,
e descobri que era você
quem tinha a razão desde lá,
desde aqui, há tempos.

 Eu vivo em uma eterna contradição,
é verdade e só o que não
se contradiz é esse sentimento que,
tolo que sou, tentei por tanto tempo,
esconder de mim mesmo.

 Sentado aqui na janela do nosso
altíssimo forte, no nosso porto-seguro,
não escrevo em folha pautada,
pois como em nossa vida,
fazemos nossas regras,
marcamos nossos próprios limites
para depois os quebrarmos,
não nos limitamos aos sins e nãos
que encontramos pelo caminho.

 E agora volto, furtado por mim,
mergulhado em tão intensa hipnose,
em um turbilhão de BPS só por lembrar nós dois.


                                            Tato.

Comigo Todo


 Porque é que que fostes crescer coração?

 Coração de gente grande é bobo,
e se apaixona...
é bobo e dói pelo que não devia sofrer;
é bobo e se importa com quem já não deveria fazer falta.

 Coração de gente grande é compreensivo e incompreendido,
é compreensivo e incompreensível,
é louco e faz a maior questão de ser atendido.

 Coração de gente grande é autoexplicativo
e não explica nada,
ele ensina o que não fazer, fazendo.

 Cérebro tolo,
quanto mais sabe,
mais imbecil fica.

 Eu aqui,
brigando comigo todo,
sabendo que ela está longe demais,
consciente de que ela está alto demais,
muito à frente.

 E é por toda essa sua 
imensidão que eu peco,
por toda essa sua 
forma extraordinária 
e única, que lamento não te alcançar.

 Meu cérebro tolo 
exigindo de mim perfeição
e meu coração bobo não quer
mais essa calma de que 
a perfeição necessita.

 Não sei como alcançá-la,
e nem pensei no quanto isso 
me fez perder tempo,
e meu coração, coitado,
se retira agora à chorar,
se atira ao vento.

                                Ingrid Nogueira.            

Sina


 Assombração de pensamentos,
de olhos tatuados nas almas,
de palavras que enganam...

 Ladra de amores, de tempo,
de dedicação, de crença...

 Suas mentiras se entrelaçam,
e num laço amassam...
amassam corações e peles nus...

 Da roupa da alma,
que roubas ao despertar 
desejos pagãos...

 O sorriso moreno avassalador 
que carregas e defere contra 
as pobres almas carentes 
ainda me arranca todo o ar dos pulmões...

 Mesmo havendo se passado tanto tempo,
seu veneno me corrói.

 E o pior é que não há antídoto,
e se há, não me importo em procurá-lo...

 Esse mal que me causa,
é um mal que me faz bem,
me faz vivo, me faz doer
e me faz carinho...

 Ah! se você soubesse o que eu sinto...
se você soubesse o que o mundo sabe...
o que tudo dentro de mim já viveu com você...

 Jamais vais saber minha pequena...
pequena musa, pequena flor,
pequena morena, pequena estrela...
minha luz de longe...

 A outra parte, que me mata de saudade,
de vontade, de negação, 
de amor, e de não...

 Do jardim, a flor mais bela,
mais simples, mais perfumada...
mais delicada e feroz,
e venenosa, e traiçoeira...

 A mulher da minha vida,
da minha morte,
da mentira em que se tornou minha vida.

 A inspiração de todos os cortes
e falhas da alma,
cicatrizes nos pulsos,
das fitas negras na lembrança,
da censura na mente...

 Eu continuo te desejando coisas boas,
pedindo por você no meio da madrugada,
e te deixando saber,
e sendo insistente com Jah, pra ele te guardar,
abrindo mão da minha segurança,
e mandando meu anjo da guarda te proteger...

  E mesmo que você não saiba,
que ignore, e que não acredite...

 Jah, meu pai, me garantiu sua felicidade anjo,
e não me permito contar a troco de quê.

 Mas será que vai demorar outros cinco anos?!

 Será que você teria tempo?!


                                     Théo.                                  26-27/04/2015