domingo, 21 de dezembro de 2014

Foi você que me fez acreditar nisso

Palavras sombrias acabaram de me invadir.
E com estas palavras, meus sonhos eu comecei a destruir.
Foram tristes acontecimentos, que vieram em efeito dominó.
Calei minha voz, uma voz pequena,
Quase inaudível, um som medíocre
Se comparado a qualquer outro.
Eu acabei uma vez mais, me
Decepcionando comigo mesmo.

O Sol hoje se pôs sobre a minha ira,
Deixando escapar de mim uma
Sombra de mentiras e mediocridades,
Uma sombra de alguém que se
Esconde dentro de mim, de alguém
Que luta pra sair.

Estou me sentindo só no
Meio de uma imensa multidão,
Sinto-me acidental...

Me sinto o único erro na vida de um miserável santo,
Que no seu mais profundo interior,
Alimenta uma grande tropa de monstros pecadores e corruptos.

Me sinto a maior falha de um sistema infalível,
O 1º pecador, mas também o 1º homem livre e sonhador.

Me sinto como o galardão
De um mísero matador de aluguel
Que recebe para trazer dor e sofrimento
Sem deixar rastros, enfim...

Me sinto sujo e invisível,
Mas grandioso e sincero,
Sim, orgulhoso e insubstituível...
Mas não sou?
Foi você quem me fez acreditar nisso.
Sou um monstro criado por você,
Que vive no meio da sujeira da sociedade,
Um micróbio no meio de enormes titãs,
Uma máquina sem sentimentos,
Sonhada por você.

                                          Théo.                     

Foi inútil dizer que te amo

É tão inútil dizer que te amo,
Mas é preciso colocar isso pra fora.
Eu preciso dizer o que sinto,
Porque não sei conviver com a dor
De te iludir com esta história de sermos apenas amigos.

Mas agora já não há onde me esconder,
Não há pequenas histórias dentro de
Olhares nunca revelados.

Há dentro de mim agora um enorme sentimento
De ira por me esconder de todo o mundo
Dentro de tudo o que você sempre viu,
E por isso descobriria muito facilmente.

Não sei como deveria me sentir senão assim...
Droga! Eu te amo mesmo,
Sem fronteiras,
Não posso mais enganar a mim mesmo.
Eu te amo, sem mentiras nem enganos.

Não vou pedir para me escolher,
Já se decidiu e acho que devo respeitá-la por isso.
Não vou pedir que retorne para mim,
Nem que abra mão da sua escolha “confortável”
E segura para voltar para o calor e insegurança
Dos meus braços.

Só peço que, por favor, seja feliz ao lado dela,
Não se esqueça de não dar motivos, para que aconteça o mesmo
Com ela, e depois queira culpá-la também...

Acho que já crucificou gente demais até aqui...
Sem contar que disse não querer magoá-la,
Disse até gostar dela, mas preocupe-se de que todos temos sentimentos,

E podemos querer nos vingar.

                                     Théo.             

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Vermelhidão

 Ela não sabia se decidir...
e não era uma coitada por isso,
na verdade era a mulher mais corajosa com a qual eu
havia me encontrado.

 Aprendi a conhecer-lhe pelos lábios:
quando laranja: não sabia bem o que decidiria nessa noite;
quando vermelho-vivo, quando sangue: era apenas carne e não havia sequer uma parte sã;
quando cereja: amor, doçura, carinho;

 E sabia bem onde encontrá-los,
tinha o endereço de cada um deles.
 Caminho certo, telefone fixo ou móvel,
todas as outras estariam ali, no mesmo lugar esperando por ela.

 Encantadora e sutil,
a maior vantagem era que ela
teve por sorte, por coragem ou até por garra,
todas as outras em uma só.

 Sob a luz da Lua,
lembrando ou não do misticismo,
sempre se encontravam.

 Era muitas em uma só,
como aqueles objetos modernos,
mas era em meio àquilo tudo,
apenas amor.

 Sobre o vermelho:
uma coleção de batons.
 Sobre a personalidade;
fantasiosa sobre tudo.

 Era a dama DO vermelho,

 Não disse DE vermelho,
porque era ela quem decidia,
quem dominava sobre si e sobre a cor,
e não importava o que iam pensar sobre ela.

 Sempre soube que debaixo
dos lençóis nunca importou
que seguisse um padrão.

 Vermelho foi a cor que escolheu,
porque tinha suas horas de serenidade,
mas sempre soube o tanto e quando era intensa.

 Sobre a intensidade:
era sua essência.
 Sobre parar pra pensar:
nunca teve esse hábito.

 Foi a mulher mais livre que pude conhecer,
foi a mais autêntica,
nunca se permitiu depender de nada e nem ninguém,
sempre se disse valiosa e nem todos acreditavam.

 E eu a observava..

 E sempre soube,
sobre os ombros um xale,
que não a cobria completamente,
era translúcido e deixava um ar de mistério no ar.

 Me olhava por sobre o ombro esquerdo,
e pensava que eu não percebia.

E me percebia olhando-a,
e um dia, como que falasse à alguém dentro de si,
disse:
 _ Ele não para de te olhar,
pena que não sabe...: que hoje seus lábios estão nus!

 Eu nunca entendi qual era o significado de
seus lábios, por acaso, ou por sorte, ou azar, estarem nus...

 Mais tarde,
no noticiário, me veio a notícia de sua morte...

 Aquele era um sinal para salvá-la,
para deixá-la sentir-se livre,
para ir falar com ela,
deixar com que me seduzisse,
para sentir-se viva novamente,
pois a outra havia partido,
por acaso, ou por dor, ou por sorte, ou azar...

 Não pude conhecê-la melhor,
não pude perguntá-la,
maldita timidez!

 Sobre ela, sei muito,
e ainda assim me é quase nada
perto do que poderia ter descoberto, ou provado ou aprendido...

 Sei que sobre ela,
nunca mais haverá novas outras...

 E nunca mais me confundirei dentro dos vermelhos,
pois ela me ensinou de longe,
à distingui-los,
por desejo, ou por observação, ou por dor, ou por simpatia...
todos os tons de vermelho por ela,
mesmo que indiretamente e sem intenções,
me foram apresentados.
todos os tons e seus sentidos,
essa cor que fala sua própria língua,
que por si mesma fala todas as outras,
me foi ensinada por aquela mulher que sendo de tantos mistérios,
nunca soube se esconder do mundo,
que sempre se mostrou e nunca foi compreendida...
que nunca quis fazer a escolha para que ficasse apenas com uma...

  À mulher dos lábios vermelhos,
de carne, de talvez, de desejo, de dor, de hoje não!,
de sim e de não, de amor, de ódio febril...

  Àquela mulher...

                                                        Théo.                                          

sábado, 13 de dezembro de 2014

eu vejo

Eu vejo...
Não! Eu não vejo,
Não conheci nada além dessa selva de pedra
De todos os dias.

Já é rotineiro não saber o que
Há além dessas paredes de concreto.
E ninguém mais quer entender.
Não pretendo convencê-los...
Prometo não me esforçar para isso.

É! Só não me culpe quando virem por eles mesmos...
A verdade sempre aparece,
Por mais bem escondida que esteja.

Já não caio mais nessa,
Até meus pais estão tentando me alienar pra simplesmente aceitar a realidade que me impõem,
Não aceito não conhecer o amor de verdade, e pessoas de verdade...
Eu exijo uma vida real, sem superficialidades,

Eu exijo ser eu mesma e ser aceita por isso!

Enquanto nos restar tempo

Bom, é claro pra você que eu não pude te esquecer...
Na verdade, eu não quis!
Eu tenho uma vontade imensa de te agarrar só de ouvir sua voz.
Há tempos que eu tento me afastar, mas tenho olhos doidos...
Eles são doidos por ti! Não sei como não posso passar por ti
E não conseguir deixar de olhar o vento atrapalhar os seus cabelos,
E você detestando o modo com que ele o faz...

É bem mais do que o tempo que passei com você,
É muito além...
É como me sinto hoje em relação á você,
E principalmente á tudo o que passamos juntos!

Espero que aceite esse meu louco jeito de te querer,
Não posso dizer que vou te amar menos que hoje, algum dia...
Porque não consigo mentir olhando em teus olhos.

Só quero que você não espere tanto de mim;
Porque eu não o faria,
Não consigo ficar longe,
Muito menos quando se trata de nós duas...
Só de ouvir sua voz, eu não sei me conter.
É só que minha mente não se acostumou á não poder te ter,

Nós deveríamos ter tido calma para pensar,
Porque não queríamos nos ter de longe,
Como se tem o Arpoador...
Não queríamos sonhar e não poder nos tocar...
Sabemos que ambos erramos, mas já não podemos voltar atrás.

Só queria poder escrever uma nova história,
Sem mudar quase nada...
Só queria não ter ido embora naquela noite...

E esse é um pedido de perdão,
Aquele que você esperava, mesmo sabendo que poderia não chegar nunca...
Sei que, como eu, você não perdeu a esperança de um amor sincero...
Sinto não ter atingido as expectativas, mas fiz o possível...
Talvez tenha sido esse o meu erro,
Pessoas como nós precisam do impossível,
E nós o merecíamos...

É triste ter que nos contentar que não vai voltar,
Mas ainda podemos sonhar com o que virá

Então, morena, vamos sonhar enquanto ainda nos resta tempo.

E de mim, eu mesmo

E você ainda acha que vai ser assim,
Olho para todos os lados,
Vejo todos á minha volta,
Corro, e ninguém sabe que estou lá.
Quem me percebe,
Não vê meus olhos,
E finge ser meu espelho,
Mesmo sem querer.

Me carrega na lembrança,
Fotografia do que se não vê,
Luz que ilumina pensamentos claros.
Raios que confundem, e se fundem com sentimentos.
Eu quero partir, ir embora,
Eu preciso descansar,
E bolar novos destinos e planos,
E não encontrar-te novamente,
E rir-me de mim,
E fazer da morte, luz,
E da dor, sonho e
De mim eu mesmo,
Deixar de ser quem eu me projetei pra ser.
Começar á amar e não mais ser sombra.

Sorrir, e quanto mais de mim for, ser você.


                  Théo.                        

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Brincadeira de poeta

Meu coração disparou,
Quase que do peito saltou.
Foi só de tanto esperar,
E eu passei o tempo á pensar
O que podia falar,
Se era sensato ou não,
Me entregar de cara á paixão.
Seu dedilhar no POP ouvi.
Vi seu lindo riso no céu.
Senti seu swing na roda da bossa,
Na beira da praia,
Ao som do Caetano e da Gadú,
Encheu o meu céu de areia,
Pôs estrelas e a Lua no mar,
O meu mundo de ponta-cabeça,
De medo adoçou meu pavor.
Não perdi tempo procurando rimas para tudo ter sentido.
Porque depois que entrou na minha mente,
Nada mais tinha sentido se não envolvesse você.
Não que houvesse antes,
Só haviam alguns poucos motivos pra tudo.
E enquanto de madrugada eu escrevia,
Tive a certeza que te encontraria.
Foi na época em que

De ser poeta eu podia brincar.



                          Théo.                        

À noite, sem você

Eu ainda não sei como me comportar sem você aqui...
Não sei como conduzir meu corpo ao prazer,
Porque não está aqui para pegar minha mão...
É que só você sabe o caminho...
É que meus traços não são como os teus,
O seu toque é único, sem peso...
Me faz sentir bem,
Me faz sentir sem...

E se for pra gozar com mãos,
Que seja com as suas,
Que dedilham meu corpo,
Me conduzem como se fosse o lápis que usa
Para traçar desenhos e canções,
Para desenhar todo o seu mundo comigo dentro,
Para escrever canções sobre nós,
Como se houvessem mais belas que te ouvir gemer...

Eu me divirto com ele, mas você não sabe,
Nem presta mais atenção em mim...
Estou me perdendo aos poucos,
E você já nem vê,
E me dói saber,
Eu tenho uma vida inteira sem você!
Você está ficando pra trás de mim,
Está deixando de ser minha,

Me largou sentada á beira do caminho...

                                        Théo.                             

domingo, 7 de dezembro de 2014

Viagem a Dois

 Me olhou da forma mais instigante que eu poderia imaginar.
 Foi aquele jeito meio que assim de canto de olho.

  Os olhos negros,
  o batom cor de cereja me permitia 
  imaginações que antes eu não ousaria.

 Criei um clipe na minha cabeça,
para nunca me deixar esquecer 
aquele momento que nos fora único.

 Cada estalo dos beijos que nos dávamos,
e todos os suspiros de desejo,
por todo o anseio que achávamos em nós,
o calor de nossos abraços,
a pressa com que chegamos em casa,
a delicadeza com a qual nos arrancamos as roupas...

 Éramos quase duas,
sendo nós apenas dois...

 Me fiz igual,
deixei que fizesse com meu corpo tudo 
o que tivesse vontade...

 Depois de tanto nos gastar,
logo que trocamos alma e 
no meio de tudo,
bem no intervalo, 
nenhuma palavra,
nos despedimos apenas por olhares...

 Fomos respeitados,
nossos desejos, limites,
vontades e despedida...

 Fui-me embora dali,
que não era uma casa como havia antes dito,
era mesmo uma parada no intervalo da estrada.

 Voltei, depois daquele dia,
todas as sextas e quintas feiras,
para encontrá-la, como havíamos nos decidido.

 Mas não me disse seu nome,
bem como nenhuma outra palavra,
não sabia seu telefone ou endereço.

 Quando perguntei ao garçom sobre
a tal mulher, ele me respondeu que aquela noite 
não acabara ainda, que eu nunca saíra daquele pub,
que ela nem falara comigo...
mas que me percebeu olhando-a por toda a noite,
sem me mover do meu lugar.

 _ É o encanto do olhar...
eu respondi, não havíamos mesmo trocado palavras,
ela nem descera do palco ainda,
mas seu olhar me permitiu,
sua voz me levou tão longe,
que eu nem percebi a noite passar.

 E quando ia embora,
pediu gentilmente ao garçom,
o mesmo com o qual eu troquei palavras,
para que me entregasse um guardanapo 
com uma pequena mensagem de agradecimento
pela viagem que fizemos juntos,
sem mesmo nos tocar...

 Ao passar por mim, 
deixou seu cheiro de perfume barato,
mas com o toque sutil e adocicado 
de sua essência natural.

 Me vi obrigado a ir atrás dela,
mas meu corpo não me respondia,
dei adeus contra a minha própria vontade...


                                            Théo.                    

sábado, 6 de dezembro de 2014

RenaScER!

 Deixou virar relíquia;
se encher de poeira,
deixou se esquecer no meio de todas as outras lembranças...

 Deixou sentir falta;
e esperou que sentisse pelo que havia feito.

 Se cortou por dentro;
não deixou transparecer;
sangrou e contou pro espelho apenas...

 Foi forte, se escondeu,
se mostrou e surpreendeu.

 Deixou saber de sua recuperação;
mostrou-se linda de novo;
pronta pra amar, pronta pra ser amada,
sempre a si e por si mesma.

 Ela viu dentro do escuro sua importância,
saiu de encontro,
e abraçou sua liberdade!

 Descobriu que o seu dia
só precisava de uma coisa pra brilhar...

 Ela se descobriu,
se permitiu,
ela brilhou à sua maneira.

Porque o Sol de que ela precisava
pra ser feliz, era a estrela
que brilhava dentro dela,
que refletia em seus olhos negros...


                          Théo.                

Voltei!

 Para quem segue o blog e ficou se perguntando o motivo de eu não estar postando esses últimos dias, eu vim responder!
 Não sei se posso descrever exatamente como estive me sentindo. Na verdade acho que o grande problema é que eu não estava sentindo, e isso me doía, me fazia uma grande falta. Era como se eu estivesse não sendo eu...
 Bom, o que interessa agora é que estou de volta à ativa!
 Podem esperar talvez a melhor fase do meu trabalho até agora...

          ESTOU DE VOLTA!!!






 
  E COM PIRULUTO PRA AJUDAR A ALEGRAR!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

 Inventamos desculpas para nos encontrarmos.
 Eu arrumei tudo em mim,
no dia em que viria.
 Acordei cedo, arrumei a casa,
tirei a poeira de tudo,
passei pano, fiz comida pra nós,
tomei banho e esperei sua ligação.

 Não, não ligou.
 Em toda a canalhice que havia,
cancelou por SMS.

 E eu ainda fingi aceitar conformado.
 Eu não me arrependo de nada,
a não ser por ter sido em prol de alguém.
 Eu fiz tudo, e no fim das contas,
como eu já o sabia, não veio.



                                                         Théo.                            

A Melhor Sensação Se Foi...

 Enquanto ela esteve comigo,
não havia um segundo em que
meu coração não disparasse,
mas a sensação que eu tinha,
era de que aquele era o ritmo exato
que ele deveria seguir o resto da vida.

 Era a melhor sensação que poderia,
algum dia imaginar ter.
 Não precisávamos passar para outro lugar,
nem para outras 'fases',
bastava apenas que estivéssemos juntos ali.

 Nos bastava o disparar dos corações,
que assim, batiam juntos.
 Bastava a companhia à um do outro,
e assim seguíamos.
 E assim seguimos até quando isso tudo
me foi sufocado por outra presença.

 E não foi uma presença nova,
nem na minha vida,
foi aquela presença que já
me causava incômodo.
 Foi na vida da outra,
invadiu nosso lugar,
nosso espaço,
nossa privacidade,
e destruiu de vez o que entre nós havia.




                                                                    Théo.                                

Nova Fase

 A vista de hoje é sua,
sei que ontem durante a noite,
você olhou para o céu, viu mais
estrelas que costumavas contar e
lembrou de mim mais uma vez.

 Não se preocupe,
eu ainda estou aqui.

 Sei que quando ensinas seu ofício,
que quando vês a Lua,
quando amas, lembras de mim,
que fazes como se fosse eu ali.

 Não se preocupe,
eu ainda sinto,
não saí daqui.

 Só não pense que estou chorando,
que estou triste,
não se assuste,
eu não ficarei só.



                                  Théo.                                                    

domingo, 23 de novembro de 2014

Para que não sofressem mais

 Arrancou tudo em si que
pudesse lembrá-la delas.

 O telefone ficou desligado da
tomada para que quando
viesse a vontade de ligar,
e o levasse ao ouvido,
lembrasse de não ligar.

 Para lembrar que não teria
mais aquela voz doce do outro lado,
respondendo-lhe suavemente.

 Para lembrar que em outra casa
havia também esse silêncio torturante,
cheio de solidão,
afogado na saudade,
ansioso por ouvir também seu barulho,
sua voz do lado de cá.

 Então eram agora duas
mulheres nuas e mudas
uma da outra.

 Havia dois mares de suvenires e lágrimas.

 Havia lugares a ser limpos,
lembranças a serem esquecidas
e costumes a serem desacostumados,
todos tão especiais que não
valiam ser vividos por outras.

 Haveria dali em diante uma falta
que nunca seria preenchida.

 Foi ficando aos poucos mais
fácil viver sem a outra ao seu lado.

 Fez como jurou,
e foi embora dali.

 Para que não sofressem mais,
queimou o que delas ainda havia,
matou o que delas,
nela ainda vivia.

 Sufocou em si,
tudo o que restava vivo
daquela história,
e arrancou de dentro,
o que ainda não havia aflorado,
que era semente daquele amor.

 Não soube viver sem a outra,
ela se mudou,
foi viver onde a outra não existia.

 E sabia que ainda a encontraria,
por isso, resolveu certificar-se
de que no mapa, aquele seu lugar não haveria,
partiu direto para o Tártaro,
onde sabia que os anjos não vão,
para ter a certeza de que a outra
seria feliz, sem agora, o medo de encontrá-la.

Ingrid Nogueira.                     

Só pra dizer

 Que durante esse tempo todo em que
ficamos sem nos falar, sem nos ver,
é verdade que eu quis te escrever.
 Que eu não te esqueci,
como pensei que aconteceria.
 Que tentei não lembrar de você.
 Que sonhei com você,
e que foi sem querer.
 Que te amo inconscientemente,
e que não sei o porquê.
 Que continuo não concordando com suas manias
- que não esqueci -,
e nem por isso te odiei.
 Que mesmo sem você,
eu consigo viver.
 Que eu te escrevo,
mesmo que sem querer.
 Que quero tudo,
mas quero mesmo é te aborrecer.
 Que não acredito mais em você.
 Que apesar de tudo,
não vou mais te dizer...
 Mesmo que queira me contradizer,
que queira me convencer,
e queira me distorcer.
 Que deixei  de te pertencer.
 Que decidi não mais te escrever.
 Que não acredito mais em você,
que sonhei comigo sem você,
e já sei que sem você, eu posso,
finalmente viver.
 Mesmo que queira me contradizer,
que queira me convencer,
e queira me distorcer.
 Que eu dancei sem você,
só pra você saber,
que eu gozei a vida sem você.
 E que pra constar,
eu me diverti sem você.

 Só pra dizer que
eu esperei você abrir a porta.
 E que se você quiser,
eu espero você abri-la,
espero você sorrir,
e quando fechar os olhos pra piscar,
eu possa te beijar,
mas só se ainda quiser.


                                           Théo.                                        
 E tudo fica sempre no meio, no entre...
meia-boca, entre-aberto ou meio-fechado,
meio-estranho e até a musa entra na roda,
que aliás, fica meio,
meia-lua, entre-meio nós.
 A carne no meio dos pães,
a distância fatal entre nossas bocas
e a respiração entre nossos corpos.


                              Théo.                      
 Aquele livro que era mais um diário;
aqueles projetos;
aquele amor;
todas aquelas palavras;
as fotos;
as músicas;
os amigos e tudo mais...

 Tudo fazia parte,
era tudo aquilo um pouco de mim.

 É naquele instante me senti
totalmente perdido, solto...
desprendido de tudo.

 Me senti apenas parte de tudo,
mesmo esse 'tudo' sendo parte de mim.

 Porque ficaram todos,
assim como eu ali,
pelos meios,
todos incompletos,
tudo e eu,
eu e tudo mais.

 E todos somos ou estamos meio...


                                           Théo.                                                    

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Longe de te Amar

 Seu aparelho pressiona
meus lábios, como
suas mãos ao meu corpo
contra o seu.

 Seus olhos me desejam,
e me dizem que quer mais.

 Suas palavras me encantam,
sua doçura me seduz,
você me leva a fazer o que
ainda ão havia experimentado.

 Quando você me toca
sinto algo estranho,
que nunca havia sentido,
sinto agora que estou pronta.

 Mas hoje faz 8 meses que não te vejo,
e eu já não consigo mais parar de pensar em você,
porque apesar de ter a capacidade de amar,
ainda assim era fria.

 Eu nunca consegui entender o
motivo de esconder que estava amando.
 Pois este não era o caminho mais
curto ara a felicidade?

 Não entendo como conseguia viver
escondendo isso.
 E eu me frustrei ao esperar que
dissesse que me amava.
 Eu me machuquei tentando te fazer sorrir,
com você foi a única vez em que as
palavras EU, ESTOU e MEIA
me pareceram engraçadas juntas,
não sabia que era tão fácil
começar a não parar de pensar em você e
nem que era tão difícil te esquecer.

 É uma tortura ter que pensar em você assim,
e eu não me canso de me torturar todos os dias,
sem deixar que um passe em branco.

 E à propósito,
eu me odeio por te amar,
isso me machuca o ego
e você me maltrata só por existir,
e o grande problema,
é que eu não me canso.



                                   Ingrid Nogueira.                                                      

Carta Para Voltar Depois de Partir

 Fizeste nascer o pior de mim;
acordaste algo que nem eu conhecia;
e gostei do que você me fez.

 Mas agora vai embora, assim, sem
dizer o porquê,
sem ao menos saber para onde,
ou que caminho vais tomar.

 Nos últimos anos estive me dedicando
de todo à isso, ao que sentia.

 Era a única coisa que desejava,
mas já não me importo em destruir
o que agora acabei de erguer.

 Eu não vou implorar para que fique,
mas não vou fazer suas malas.

 Agora estou saindo por aí,
quando voltar, espero não ter
vestígios do que entre nós houve.


Trarei alguém para bagunçar a cama,
seu quarto a nossa casa;
para deixar um cheiro de suor novo,
uma nova sensação, lembranças novas,
para deixar tudo aqui livre de você,
livre do nós que acreditei existir.

 Quando sair, pode levar a sua nave espacial
que escondi na garagem.

 E não esqueça sua louça suja na pia,
ou ficará lá até você voltar.

 Não volte tarde, Meu Bem!

P.S.: Cuide da sua Amnésia.


                                              Théo.                                                  

A minha rua

 Agora sei, o sentimento não basta.
 Não adianta mais chamar por mim,
eu não vou, você é caminho proibido.

 Eu sempre fui até ti,
atendi à todos os teus pedidos,
e agora, como depois de todos os amores,
foi embora.

 Eu não sou seu brinquedo,
sou feito de carne, osso e coração.
 Sou feito de mor, atitude e desdém.

 Entendi que posso brincar contigo também,
descobri que não tem graça esse seu
jogo de horror.

 Se possível, afaste-se das lembranças
desse amor que assombra meus pensamentos.

 Sou feito de ousadia,
então tenha cuidado o atravessar
a minha rua.



                                           Théo.                                    

Since Ever

 Ontem, nos falamos, e a palavra mais
sábia que poderia escolher,
a mais bela de todas as que usei,
foi o silêncio.

 Sem me arrepender de nada do que eu te disse,
arrependo-me de não preservar 
meu precioso silêncio.

 Uma tinta diferente colore as palavras
que escrevo agora.

 Depois de ler todas aquelas palavras suas ontem,
acordei hoje sozinho novamente.

 Nenhuma das nossas palavras mudou nada,
o mundo não mudou, para mim, em nada,
apesar de tantas mudanças constantes,
é como se eu tivesse parado no tempo.

 Estou tão confuso...

 Morfeu parece me seduzir e
rir de tanta fragilidade.
 Afrodite parece inventar mais brincadeiras de amor,
e usa me coração como cobaia... mas
_ Ei! Afrodite, não tem graça não!

 Até agora, não me preocupava em ser todo
tão certo, nem sedutor.
 Eu era feliz em saber que era desejado
somente por se o que era desde sempre...

 Era eu, mas de mim, nada;
era homem, mas não sentia nada.
 Agora sei que sou Cravo,
sei que de tudo, sou cor,
sou flor, sou sua dor.

 Agora, quem guarda e coleciona
corações em prateleiras, sou eu.



                                          Théo.                                      

Flor de Sakura

 Nós somos parecidos,
 nós amamos, sem contar o peso
da beleza que há nisso.

 Queria, em outra vida
ser alguém realmente digno do seu amor.

 Digno que te amo, e para você é como se
estivesse exercendo minha profissão,
e tentasse te enganar,
fazer-te acreditar na história
que me vejo encenando.

 Só que não lembrou de
pensar que também tenho sentimentos.

 Sim, flor!
 Tenho-os, embora não te aparente.

 Já parou pra pensar flor,
que escolhi te amar assim,
pelo significado da cor?

 O amor me fez enxergá-la,
sem contar opiniões alheias,
sobre seu caráter ou sua aparência.

 Para todos os demais, és minha flor.
 Para todos lá fora, não existes,
por seres tão valiosa,
por seres tão amável,
por seres tão você.



                                    Théo.                    

Anjo Negro em meus Olhos Negros

 És insolúvel enigma,
sim, você é impenetrável,
não existe mais nada que me deixe tão confuso,
nem tão constrangido.

 Mostra-te tão forte, e és tão frágil...

 E ainda ouso em comparar-te com
minha Sakura, mãe de tantos heróis,
mãe de samurais que salvaram vidas
e enfeitaram ainda seus túmulos,
zelaram por seus filhos até à hora da sua morte.

 És rica em cor, sorrisos, amor
carícias, sonhos e o mais belo que há em ti
é o brilho dos seus olhos,
que me leva ao fascínio total.

 Você pode ser minha cura?


                                     Théo.                              
 Te vi, e alcancei
era você a única que poderia me salvar,
e por medo me deixou ir.

 Deixou que me fosse e me perdesse.
 Te vi no fundo daquele abismo e mergulhei.
 Eu voltaria por você, mas
sinto que não enfrentaria nada mais por mim.

 Já entendi que vives no meio da tristeza profunda
para não fazer outro alguém sofrer.

 Evitas viver pela felicidade alheia,
por isso é que não pude mais te esperar,
e mergulhei, sem que tivesse
outra escolha plausível,
aí morri.



                                          Théo.                                  

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Nosso jeito de amar (Secrets)

 É que realmente não nasci para
ser como os outros,
os comuns, os que te cercam.

 Anseios diferentes, gosto,
medos, jeito, tons... todos eles comuns.
 Meu código genético, meu sangue,
meu tipo, todos os meus tipos são diferentes,
são como se não fossem daqui.

 Sim, sou de outro mundo,
e posso te levar pra lá.
 O fato de estares aqui,
de estarmos totalmente entregues nos braços
um do outro, já te leva comigo.

 Somos agora ambos, invasores celestiais na Terra.
 O cosmo, todo ele é nosso caminho hoje.
 Viajantes eternos, e sem limites de fronteiras.
 Levados por nossos desejos rubros.

 Limpos de qualquer culpa,
filhos do amor, fomos para outro mundo,
onde jamais seríamos presos por estarmos nus.

 Saímos sem destino traçado,
deixamo-nos levar aleatoriamente, para o mais quente
e mortal dos espaços cósmicos.

 Fomos tudo em nossa essência existencial,
e não deixamos de ser nós mesmos.

 Tivemos todas as cores, todas as formas
mesmo quando disformes.

 E em toda a falta de forma da minha escrita,
as cores se misturaram,
e assim uniformes, tornaram-se um colapso
de prazer em mim.

 São luzes que nascem de nossos corpos se
aproximando e se tocando, trocando carícias
e se amando, secretos, ali,
no mundo que só nossa nudez conhece,
nosso lugar secreto, escondido no nosso jeito de amar.

 Hoje entraremos em um buraco negro,
e vamos deixar que nos leve para onde quiser,
por que nos basta estar juntos.

 E que a cada viagem, seja novo também nosso gosto,
nosso amor, nosso toque.

 Que sejamos descoberta diferente
a cada noite que se lançar sobre nós.

                                                            Théo.                
 Lembro-me agora a sombra daquela
roseira plantada no jardim debaixo da
janela  na minha sala,
que só o que não me podes cobrar: amor.

 Soube que quando te tinhas amor,
dedicavas-te à outra,
e depois que te esqueci,
depois de tanto sofrer,
depois de milhares de correções a mim mesmo
para que não ligasse, para que não chamasse o seu nome...
 Agora que dedico meu amor,
meu cuidado e atenção à outra pessoa,
vens me cobrá-los,
hoje, à sua disposição não há.


                            Théo.                                          

A menina de Abril

O texto a seguir, foi um dos mais importantes na minha trajetória (Ingrid Nogueira). Era um exercício em que deveríamos contar sobre algo que havia nos marcado dentro daquele ano, até aquela etapa. Decidi então falar da experiência talvez mais importante da minha vida, não vou identificar a mulher com quem aconteceu, mas agradeço a ela por me proporcionar tal oportunidade, e por ser tão importante até hoje pra mim, mesmo que um pouco de longe.
A primeira parte, é como estava ainda naquele ano, a segunda, é como uma atualização três anos depois, sobre ela e sobre mim também...

       A menina de abril                                              01/09/2010
Relato Pessoal

 Em abril, eu conheci uma guria fascinante, tem os cabelos longos, castanhos ondulados, é dona de um sorriso aparelhado lindo. Nesse dia eu conheci, sem saber, a menina que faria toda a diferença na minha vida e sem saber ganhei espaço na vida dela também.
 Uma semana depois, parecia que já nos conhecíamos havia anos, era como se eu pudesse encontrar abrigo nela a qualquer momento, em qualquer situação.
 Quando haviam se passado duas semanas, já estávamos em maio e, no meio de uma conversa, ela me beijou e virou meu mundo de cabeça para baixo. Foi uma das melhores experiências que tive.

                                               Ingrid Nogueira                        


Atualização de  :
               A menina de abril
 Relato/Fracasso Pessoal

 Foi tudo muito mágico, é verdade. Estava começando a a conhecer o mundo sem as proteções de pai e mãe - deveria mesmo, era ter deslanchado desde então.
 Abril de 2010 foi o mês onde dei primeiros passos importantíssimos na vida. Foi quando dei meu primeiro beijo, foi também quando cheguei sozinha em casa, pela primeira vez depois que já havia escurecido, foi quando fiz a primeira participação em montagem/ desenvolvimento de cena. Foi quando conheci uma peça-chave para várias questões, risos e dores da minha vida. Conheci ela, que me foi apresentada por amigos em comum, Dry era como delicadamente a chamava. O nome não citarei, considerando inconveniente.
 Ficamos amigas, tínhamos muito em comum, além de alguns amigos. Éramos escritoras e artistas. Ela bissexual e eu havia sido beijada por um garoto que me parecia não saber o que fazia, mas sempre tive atrações e dúvidas pouco comuns para meninas da minha idade, e por isso minhas amigas não sabiam. Mas dela não consegui guardar segredo. Até problemas eram parecidos, éramos desde então, confidentes. Confidência tão séria, ao ponto de firmamos pacto (do qual não falarei).
 Sobre ela?, continua fascinante, os cabelos ainda castanhos ondulados, não mais tão longos agora carregam as pontas douradas, uma trança dreadlock perto da nuca e o lado direito raspado à máquina 0.1. Ainda detém o sorriso lindo, agora já sem os aparelhos (o que me deixa um pouco chateada, porque gostava deles pressionando e marcando meus lábios), a língua ganhou um piercing, cada mamilo, septo e trago também ganharam os seus. As curvas perfeitas da cintura ganharam uma tatuagem que por ela foi idealizada. Ah! Detalhe importante! Agora é professora de arte, e aluna de psicologia.
 Não esqueci os sentimentos que despertou em mim aquela noite, mas também não a quero tanto. Aquele beijo mudou minha vida sim, mas agora conheci outra mulher que mexeu muito comigo, e ela também conheceu outras pessoa.
 Continuamos loucas e amigas,
continuamos na arte,
continuamos NÓS acima de tudo,
continuamos felizes.

                                    Ingrid Nogueira.                                           13/01/2013
 Sabe que às vezes me encanta e
esse seu jeito bruto de ser...

 Gosto do domínio que você
exerce com maestria sobre mim.
 É bom me submeter como um mordomo,
e ceder à todas as suas vontades,
todos os seus caprichos.

 Engraçado como tudo isso
me soa tão estranho,
porque quando estamos a sós
eu é que te domino,
que prendo você a cabeceira e
aos pés da cama, e como
um prisioneiro medieval,
te submeto à penas variadas,
com a sutil diferença que essas
te trazem prazer,
te elevam cada dia a um
grau diferente de delírio,
e eu gosto disso,
gosto de descobrir coisas novas
a cada encontro.

 Eu gosto disso de me calar em público
e ter o domínio em particular.

                                       Théo.                                                
 Por saber o domínio que exerce sobre mim,
é que me manipula, como um ventríloquo
a seu boneco.

 Me sinto fazendo coisas tão loucas,
coisas que eu, de mim, nunca fiz.

 Estou estagnada, flutuando em
algum lugar do cosmos,
em uma dimensão paralela a nossa,
apenas assistindo ao espetáculo que
fazias, iluminada pelo holofotes,
sendo enfim o centro das atenções.

 Ainda não conseguia entender
o seu desejo por tamanha atenção,
já não te bastava a minha?

 Logo eu, que tanto por ti vivi...
eu ainda, que à você me dediquei...

 E o pior é que não sei o porquê,
mas ainda te quero tão bem,
quero-te ainda tanto, lírio meu...

 Poder amar-te é tudo o que eu pretendo.



                                                                           Théo.                          

Fique Musa

 De onde foi que saíste,
és resultado do sangue
de qual cadáver deste
plano divino?

 Tens em seu sorriso
uma imensa galáxia,
em que qualquer dos deuses não
poderia transformar-te.

 Não consigo descobrir
de onde foi que surgiu.
 E agora menos ainda
porque te vais.

 Sinto estar perdendo-te,
uma vez que disseste ser
toda minha, mas se
dedica à adoração de outros.

 Sacerdotisa de Vênus e
de Gaia,
minha linda musa,
virgem pura e sábia.

 Rende-te aos meus encantos,
e vem sentir meu calor
que acende estas tuas estrelas
muitas vezes rubras em ti.

 Minha musa envergonhada,
conta-me porque vais
embora de mim,
fala-me o que foi que fiz.

 Musa, fica que eu preciso de ti,
fica, que não respiro
se não estiveres aqui.

 Não esconda-se debaixo de
tecidos finos, nem púrpuras,
nem alvos,
quero-te nua,
quero-te vestida da sua
liberdade louca e
na cintura, cordas de prazer.

 Musa fique aqui mais esta noite,
descanse ao meu lado,
me dê a honra da sua
presença apenas esta noite.

 E quando o dia chegar
não queira mais dizer-me
adeus, não me veja digno
de tal castigo.

 Antes condena-me ao
reino do Estige,
que será dor inferior
a ver-te partir daqui.

 Fique musa, e ouça meu anelos.


                                                        Théo.                    
 És minha musa, toda a música que ouço.
 Sinceramente, já estou
me cansando de todo esse
seu silêncio ensurdecedor.

 Já me cansei de falar com você,
e não ouvir a sua voz,
suas enormes pupilas estagnadas,
as batidas aceleradas do seu coração
e a respiração ofegante
me lembram nossa última noite de amor,
nosso últimos prazeres juntas.

 Já não aguento mais o castigo
do seu silêncio.
 Musa do meu respirar,
absolva-me da culpa por ter te usado,
absorva-me em ti e
faça-me viver plenamente contigo.

 Do que é feito esse seu silêncio?
 Mostra-me onde é que
produzes todo esse seu mistério!

 O seu riso sério,
apenas ele é capaz de transformar-me,
seu beijo abrasante
me transporta à toda velocidade,
à velocidade em que me perdi,
à sua velocidade frenética,
à velocidade da luz
que escondeste em mim.

 Musa das minhas poesias,
dos meus doces delírios.

 És a causa maior do meu
ser brilhar.
 És também toda a causa
de tamanho pesar.


                                                                     Théo.                                      

Lara

 É assim, mesmo que pensemos que não.
 Quando pareço ser absurdamente doce,
eu estou docemente louca.

 Você me deixa louca com esse seu jeito de me olhar.

 É! Você mesma!
 Seus olhos transparecem todos
 os teus desejos loucos
que relacionam meu corpo.

 Me enlouqueço com a sua translucidez.
 Olhe no fundo dos meus olhos e assuma,
sem palavras, toda essa vontade de ter-me.

 E então, tenha-me.
 Acaricie-me com a doçura de todos esses seus gestos.

 Morena, esse "V" particular
em seu rosto marca todos os
meus sonhos e todas as minhas ilusões.

                                        Théo.                                      
 Estava rodeada de pessoas
mas não de quem desejava estar.


 Sua musa não pudera comparecer,
e estava ali, sozinha de sentimentos,
inundada de vozes, mas nua de emoção.

 Só o que havia nela, era uma
imensa solidão,
que a sufocava.

 Mesmo que rodeada,
não sabia ali estar.

 Tudo tão novo pra ela,
era tudo tão novo...

 Esperava antes que o novo a
surpreendesse de alegria,
mas aquilo tudo,
muito novo, causa nela, sozinha,
certa fobia.

 Era para agora,
estar completamente nua,
absolutamente entregue,
a lado de quem um dia
lhe banhava como a Lua.

 Nunca se acostumara
à falta da mulher a quem
decidiu um dia,
fazer feliz a todo custo.

 E custo foi prometer distância,
viu-se obrigada a vê-la feliz de longe,
com outra pessoa.

 Mas sua recompensa,
a resposta para o seu amor,
foi saber que fazia a outra feliz estando longe,
foi a felicidade da outra.

 Sabe que isso me atraiu pra ela?!

 E aqui estamos!
Nus, entregues, felizes,
depois de nos permitir tentar,nossos!

 Mesmo eu sabendo que não fui sua primeira paixão,
não me faz mal!
 Ela também não é a minha,
eu também já abri mão de ser feliz,
para ver outra pessoa feliz!

 E nisso nós nos completamos,
com a promessa de sermos felizes juntos,
sem nunca termos que partir da vida um do outro,
sempre nós,
sempre juntos, sempre ali!

                                          Théo.                                                

sábado, 15 de novembro de 2014

Olhar Incógnito

 Enchendo minhas noites,
e esgotando meus pensamentos,
fazendo exaurir-se minha imaginação.

 Em um minuto estamos estamos aqui,
apenas nos relacionando profissionalmente,
estou aprendendo com você.
 Sua experiência me fascina.

 No próximo instante já
atravessamos o Atlântico,
o navio que usamos,
leva seu nome, o
único que é capaz de tornar
inútil qualquer conjunto de velas,
sejam elas negras ou puramente alvas,
como sua alma.

 Pois só a sua partida é capaz
de fazer-me esperar, se necessário,
uma eternidade.

 Sua chegada, e só ela,
me toma o brilho de uma tarde inteira.

 Foi quando te beijei e não mais
soube parar, não havia mais
um caminho de volta.


 Ela é a mulher que me
arranca todo o ar.

 E eu sigo-a,
anseio sua sensação novamente.

 Minha pequena borboleta,
mora na minha roseira,
dela bebe o orvalho,
e de mim se ausenta.

 Propõe-me que vá embora,
mas agarra-me com os lábios.
 Implora-me que vá embora sem olhar para trás,
e prende-me a cabeceira dos seus pensamentos,
segura-me pelo braço, seus olhos choram,
pedem para que eu queira ficar.

 _ Amor, é o que eu sempre quis,
 e já não sei o que ouvir,
se sua voz (que mente aos meus ouvidos),
ou se aos seus sinais.

 Ela é ambígua e me faz enlouquecer.
 Esse seu sorriso afogado em mistério,
seu olhar sério...
 Ela me fita com traiçoeiras certezas.

 A incógnita que me seduz à voltar,
mãos que me convencem, pelo calor, a ficar,
então me largo, me permito ficar,
então ainda estou qui.


                                          Théo.                                

Canção sem final

 Eu fiquei de um jeito que
me surpreendeu.

 Já era madrugada,
e como já me era costume,
te esperava para conversar.

 Como nunca antes havia estado,
fiquei impaciente esperando ouvir
suas palavras, mesmo que escritas.

 A impaciência e a insegurança
tomaram-me todo o corpo.

 Nunca ninguém havia me deixado
desse jeito em tão pouco tempo,
e mais uma vez, ela me surpreende.

 E agora não por uma atitude própria,
mas pela inquietação que me causou.

 Era uma saudade,
uma vontade,
e milhões de desejos,
de possibilidades.

 Tudo nela e sobre ela
me encanta e não há mais
como negar.

 Aquele sentimento estava
muito além do que eu poderia
imaginar ter por um alguém
em tão pouco tempo.

 São aquelas coisas que
eu disse que ela incrivelmente consegue
provocar em mim só com um sorriso.

 O melhor de tudo isso é
que acontece naturalmente,
ela não precisa forçar nada,
é assim, um dom, essência!

 E depois de 11 estrofes,
33 versos e muita ansiedade,
ela me encontrou.

 Não me contento de felicidade
por ouvir suas palavras escritas,
só me contento depois que falo sobre ela.

 Escrevo sobre ela,
sem que saiba
mas tem sido minha maior inspiração.

 Ela chora do outro lado.
 Seu corpo também não suporta
toda essa distância,
essa saudade, e toda essa vontade.

 Do lado de cá,
meu peito escorre sangue,
por não saber ver minha menina,
minha guria, a pequena,
a prantear,

 E no final das contas,
ainda não nos podemos chamar NÓS,
mas já o consideramos em segredo,
nas conversas, nos sonhos...

 Ela é independente,
e isso me atrai.

 Ela é criativa,
e isso me desperta o desejo,
me instiga a curiosidade.

 Ela é um anjo,
e quero que me mostre seu céu.

 Sei que já nos envolvemos,
e no fim de tudo,
espero que essa não seja
mais uma dessas composições
jogadas ao vento.

 Que nos seja uma eterna canção,
esse repentino amor.

 Que nos seja tão eterno quanto a infinidade,
dela não quero mais me afastar,
e que assim, aos poucos,
não me queira deixar também.

 Que essa nos torne eternos.

                                                Théo.                      

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

 E você ainda acha que
vai ser assim,
olho para todos os lados,
vejo todos a minha volta,
corro, e ninguém sabe que estou lá.

 Quem me percebe,
não vê meus olhos,
e finge ser meu espelho,
mesmo sem querer.

 Me carrega na lembrança,
fotografia do que se não vê,
luz que ilumina pensamentos claros,
que se confundem, e
fundem com sentimentos.

 Eu quero partir, ir embora,
eu preciso descansar,
e bolar novos destinos e planos,
e não encontrar-te novamente, e
rir de mim,
e fazer da morte luz,
e da dor, sonho e
de mim eu mesma,
deixar de ser quem eu
me projetei para ser,
começar a amar e
não mais ser sombra.

 Sorrir, e quanto mais de mim for,
ser você.

                                               Ingrid Nogueira.                             

Loucura

 Despertar e ter a certeza de ESTAR...

 De estar lá com você, e
de que você está lá comigo.

 Poder apertar suas mãos,
e acreditar que não foi imaginação.

 Chorar e saber que você
está lá só pra me abraçar.

 E mentir, só depois,
fingir que não estive lá.

 Ter os momentos mais incríveis de todos,
e não poder contar pra ninguém.

 É não querer mais voltar para a realidade,
é fazer de conta que não existe,
é isso!

                    Enlouquecer.


                                             Théo.                                                                      
 Porque o silêncio ainda
grita sozinho dentro de mim,
porque ele ainda é silêncio sem você...

 A voz grave do silêncio ainda ecoa sem você...

 E o meu silêncio simplesmente te observava...

 Ele ria e já não era silêncio...

    Com você ali, tudo era sorriso!



                                   Théo.                                                                            
 Aquela nossa conversa me soava como poesia.
 Aliás, como todas as outras.

 Mesmo quando em brigas,
pois quaisquer palavras pronunciadas 
por tão divinos lábios soam
como a melodia da música,
entoada pelas notas delicadamente 
arrancadas, a carícias da cítara,
como se teu corpo fosse a cítara e 
meus lábios as mãos do instrumentista,
como se ao nos tocar entoássemos sons
tão agradáveis, que todo o Universo
conosco dançaria...

                                              Théo.                       

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

 Só queria ouvir mais uma vez
essa sua voz.
 É um martírio para quem já te ouviu
ser obrigado a ouvir e respeitar
o silêncio que me é imposto.

 Esse barulho perturbador do mundo
inteiro aqui fora, tantas opiniões,
sons e gritarias me endurecendo,
me enlouquecendo e confundindo meus pensamentos.

 Passei os últimos três dias pensando,
tentando achar algum motivo para
tal castigo.

 Mas tudo bem, eu te respeito,
ainda espero poder saber o porquê,
só espero que não demore tanto à
ponto de eu me cansar e não mais
me interessar  motivo,
ou voz, ou mesmo você.

                                                   Théo.                          

Helena

 Meu pequeno lírio,
que me fez sorrir e
que me fez chorar.

 Aquela delicada flor,
ela que sempre esteve ali,
não olhando nunca o que
de ruim acontecia em volta de si.

 E agora, a luz de uma vela,
já derretendo, vejo todos
os instantes que passamos juntos...
me torturando a lembrar
de cada momentos nosso,
todos os risos e brigas
qualquer não-se-falar.

 Tentando agora me dar uma chance
de chorar por uma última vez,
a chance de viver coisas novas
e deixar que flores novas enfeitem
meu jardim, como sugeria que eu fizesse.

 O pior é ter que fingir que nada
está acontecendo,
que está tudo muito bem.

 Tudo naqueles nosso dias,
carregado de sentidos mas ainda assim,
tudo muito delicado.

                     Théo.            
 Eu quero um amor que me transborde,
eu quero o amor que me
invada e escape por todos os orifícios.

 Decidi que agora quero um amor
que me eleve ao mais intenso êxtase.

 O quero quase perfurando o
abdome, e ainda assim seja doce,
que seja louco em sua serenidade.

 Quero dias e noites de transa selvagem,
e que estejamos num lugar que
apenas nós conhecemos.

 Quero a sorte de um amor livre de laços,
livre de complicações,
um amor aberto, que satisfaça
a quem nós permitimos participar.

 Quero um amor que beije,
coma, acaricie, durma, se banhe,
cozinhe e acorde comigo.

 Um amor que também me seja por
refúgio, que me seja remédio,
droga, loucura e sanidade.

 Eu quero um amor pleno
que me tome e que se dê num todo.

                                          Théo.                    
 Ela apostava em um final diferente.
 Sempre acreditou que tudo poderia mudar.

 O que ela não sabia,
é que às vezes o amor desgosta,
e quando descobriu isso,
se sentiu livre.

 Ela pôde ver suas asas crescendo,
seus limites desaparecendo,
e a escuridão ficando para trás.

 Agora faz o melhor que um dia pensou
em fazer por si mesma.

 Ela cansou de descrenças em seu amor.

 Mas antes de ir-se,
deixou algum óbolo para não
sentir remorso.

 E todos os muros que antes via,
aqueles dos quais tinha medo,
jogou com um toque no chão,
e descobriu a força que sempre teve
e que nunca o soube.

 Sentiu pela primeira vez o que era
a liberdade.

 Descobriu quão maravilhoso é ser amada,
enfim... Foi mulher!

                                                Théo.