segunda-feira, 9 de março de 2015



 Esquece, tira esse crucifixo do peito,
Que aqui nós não precisamos de proteção...
 Somos só você e eu, e mais ninguém...

 Não há nada à temer,
Nada que nos machuque,
Nem que nos faça mal.

 Não existem razões para medos e
Frustrações inúteis nos pesando a bagagem.

 Nessa viagem a dois,
Não aumentamos nossas malas,
Porque o que nos enche nos faz flutuar,
E quanto maiores nossas aquisições de
Felicidade e paz, mais alto nós vamos,
Mais distante nós chegamos.

 Larga esses patuás de lado,
Que o que nos vem não nos pode castigar,
Não precisamos temer...
 O prazer, aqui não proporciona dor...
 É o nosso mundo;
O nosso silêncio e só nosso o grito.

 Quanto aos incensos,
Já estão acesos...

 Esse ritual é nosso e não o oferecemos
À nenhum deus,
Apenas ao amor.
 A língua, só nós é que podemos entender.
 Tudo tão nosso, tão único...
 A música daqui é quieta, e
Dançamos na sua melodia...
 Minhas mãos, meus dedos e minha boca,
Passeiam pelo seu corpo numa
Coreografia aonde quem conduz é o tempo,
Senhor sagrado.

 Eu me entrego e
Não me sabes observar...
 Tens um jeito meio bruto de dizer
O quão meiga você sempre foi,
Como se escondeu atrás desse cartaz de vilã...
 Ali era meu animal de estimação,
Era dócil, mas me parecia acuada...

 Não era a mulher livre com quem
Eu costumava lhe dar,
Havia algo pressionando,
Fazendo-te ficar na defensiva,
E disse que estava tudo bem...
 Meu corpo te deseja livre,

A mulher que sempre desejei!

Minha pequena, não fique assim, tão mal...
Não sabes o quanto que chora o meu coração
Por saber que não posso te estender a mão,
Colocar-te no meu colo e
Deitar sua cabeça no meu peito...
Dar-te a beber da calma que seu pensamento
Tanto deseja e sua mente não sabe aonde achar...
Minha flor, não chore mais,

Que o que hoje te dói é o remédio de amanhã.