Esquece, tira esse
crucifixo do peito,
Que aqui nós não precisamos de proteção...
Somos só você e
eu, e mais ninguém...
Não há nada à
temer,
Nada que nos machuque,
Nem que nos faça mal.
Não existem razões
para medos e
Frustrações inúteis nos pesando a bagagem.
Nessa viagem a
dois,
Não aumentamos nossas malas,
Porque o que nos enche nos faz flutuar,
E quanto maiores nossas aquisições de
Felicidade e paz, mais alto nós vamos,
Mais distante nós chegamos.
Larga esses patuás
de lado,
Que o que nos vem não nos pode castigar,
Não precisamos temer...
O prazer, aqui não
proporciona dor...
É o nosso mundo;
O nosso silêncio e só nosso o grito.
Quanto aos
incensos,
Já estão acesos...
Esse ritual é
nosso e não o oferecemos
À nenhum deus,
Apenas ao amor.
A língua, só nós é
que podemos entender.
Tudo tão nosso,
tão único...
A música daqui é
quieta, e
Dançamos na sua melodia...
Minhas mãos, meus
dedos e minha boca,
Passeiam pelo seu corpo numa
Coreografia aonde quem conduz é o tempo,
Senhor sagrado.
Eu me entrego e
Não me sabes observar...
Tens um jeito meio
bruto de dizer
O quão meiga você sempre foi,
Como se escondeu atrás desse cartaz de vilã...
Ali era meu animal
de estimação,
Era dócil, mas me parecia acuada...
Não era a mulher
livre com quem
Eu costumava lhe dar,
Havia algo pressionando,
Fazendo-te ficar na defensiva,
E disse que estava tudo bem...
Meu corpo te
deseja livre,
A mulher que sempre desejei!