sábado, 8 de novembro de 2014

 De tão sórdidos pensamentos,
escolhi o único em que se cala
a sua voz.

 Seus gemidos não saem da
minha lembrança,
mas ali, nele exatamente,
fugiram de mim.

 Não sei saber se é bom sinal,
mas também não sei se vivo sem
seus gritos particulares
só meus, só pra mim.

 Sou eu agora mambembe,
cigano, errante, saltimbanco,
sou todos que posso,
mas sou cantando.

                                          Théo.                                                

Obra de mármore frio

 Essa sua pele macia,
Suas curvas, a cor negra
como o mármore.
 Escultura grega,
embora com um tanto
de frigidez.

 És tu beleza inigualável
à de qualquer mulher
que possam me apresentar.

 A não ser que eu, lembre
de teu corpo nu,
com a sua pele lisa e macia,
brilhante pelo simples contato com o Sol.

 A simples lembrança dessa cena,
me faz alusão à um
quadro de perfeita obra de arte.

 Mas agora já não estás mais aqui,
pelo que vivo nutrido das minhas
tristes esperanças.

 Não sei mais onde colocar
meus pensamentos
pois em qualquer lugar ao
qual vou, compositor de mim que sou,
ainda assim não consigo esquecer
daquela tua imagem.

                                Théo.