sexta-feira, 15 de abril de 2016

Da madrugada que me brilha

Sobre o escuro nada assustador:
 -Eu peco!
E danço com o Diabo
De saia rodada,
De salto alto
E de risada assombrosa...
Por que eu decidi que
O meu mundo
Brilha do meu jeito...

Num globo de vidro,
Uma cena congelada...
Eu sou a bailarina torta,
E o Pierrot desbotado...
Eu sou uma lágrima
Que desce lenta
E cai com delicadeza,
Que faz um estrondo
Ao tocar o chão...
Sou a navalha que corta os pulsos,
E também a mão de quem remenda,
Com paciência,
Os caminhos mal traçados...
Eu sou o amor
Eu sou o fracasso,
O sucesso e a ilusão...
O êxtase e
A morfina na veia.

Trago você pro mundo,
E da sua artéria,
Trago a vida,
Mixo lenta e novamente,
A sua pulsação explosiva...

     Ingrid Nogueira.