quinta-feira, 8 de abril de 2021

Pena pra voar
E pra sentir.

E eu não  sinto.

A mão foi aberta
E eu fui embora
Penas são pra voar
Bati as asas 
E fui embora
Pra casa
Que não existe
Que não fica
E que não pára.

Fui pra casa que me fiz
Pra casa que nunca se fecha
Fui voar para a liberdade
Para a casa de portas
E janelas
Abertas
Para a casa que não prende
Mas abriga
Para a casa de ficar 
E de partir
Para a casa de abraçar 
E de deixar ir.

Para a morada de mim.

Que parte e me segue,
Para todos os momentos 
Cheia de inícios e fins,
Cheia de chegadas,
Permanências e partidas.

Cheia de sentimentos,
De silêncios e de calmarias.

              Ingrid Nogueira. 
08_04_2021 
Gostaria que fosse mais fácil. 
A noite é dura
E parece que nunca passa
A insônia machuca os olhos
E ela corta força 
O esgotamento dói 
E chega a parecer não ter fim.

O final da insônia 
Chega no meio da noite
E vai se despedir
Quando o Sol quer acordar
A coluna dói 
As pálpebras ardem
Como areia fina 
Afunilando
Dentro da ampulheta 
E se esfregando no vidro
Friccionando grão a grão. 

Me dói ver a melhor noite
Deitada ao meu lado
Todos os dias
E me preocupar com a noite
Que está posta.

A escrita grita,
Um caderno novo,
Esta noite a mão tem leveza 
O sentimento ruge
Feroz 
Mas as palavras
As metáforas, 
Essas disparam nos pensamentos
E travam na ponta da caneta
A tinta fria,
Mas decidi não parar.


        Ingrid Nogueira.
11_04_2021