segunda-feira, 24 de novembro de 2014

 Inventamos desculpas para nos encontrarmos.
 Eu arrumei tudo em mim,
no dia em que viria.
 Acordei cedo, arrumei a casa,
tirei a poeira de tudo,
passei pano, fiz comida pra nós,
tomei banho e esperei sua ligação.

 Não, não ligou.
 Em toda a canalhice que havia,
cancelou por SMS.

 E eu ainda fingi aceitar conformado.
 Eu não me arrependo de nada,
a não ser por ter sido em prol de alguém.
 Eu fiz tudo, e no fim das contas,
como eu já o sabia, não veio.



                                                         Théo.                            

A Melhor Sensação Se Foi...

 Enquanto ela esteve comigo,
não havia um segundo em que
meu coração não disparasse,
mas a sensação que eu tinha,
era de que aquele era o ritmo exato
que ele deveria seguir o resto da vida.

 Era a melhor sensação que poderia,
algum dia imaginar ter.
 Não precisávamos passar para outro lugar,
nem para outras 'fases',
bastava apenas que estivéssemos juntos ali.

 Nos bastava o disparar dos corações,
que assim, batiam juntos.
 Bastava a companhia à um do outro,
e assim seguíamos.
 E assim seguimos até quando isso tudo
me foi sufocado por outra presença.

 E não foi uma presença nova,
nem na minha vida,
foi aquela presença que já
me causava incômodo.
 Foi na vida da outra,
invadiu nosso lugar,
nosso espaço,
nossa privacidade,
e destruiu de vez o que entre nós havia.




                                                                    Théo.                                

Nova Fase

 A vista de hoje é sua,
sei que ontem durante a noite,
você olhou para o céu, viu mais
estrelas que costumavas contar e
lembrou de mim mais uma vez.

 Não se preocupe,
eu ainda estou aqui.

 Sei que quando ensinas seu ofício,
que quando vês a Lua,
quando amas, lembras de mim,
que fazes como se fosse eu ali.

 Não se preocupe,
eu ainda sinto,
não saí daqui.

 Só não pense que estou chorando,
que estou triste,
não se assuste,
eu não ficarei só.



                                  Théo.                                                    

domingo, 23 de novembro de 2014

Para que não sofressem mais

 Arrancou tudo em si que
pudesse lembrá-la delas.

 O telefone ficou desligado da
tomada para que quando
viesse a vontade de ligar,
e o levasse ao ouvido,
lembrasse de não ligar.

 Para lembrar que não teria
mais aquela voz doce do outro lado,
respondendo-lhe suavemente.

 Para lembrar que em outra casa
havia também esse silêncio torturante,
cheio de solidão,
afogado na saudade,
ansioso por ouvir também seu barulho,
sua voz do lado de cá.

 Então eram agora duas
mulheres nuas e mudas
uma da outra.

 Havia dois mares de suvenires e lágrimas.

 Havia lugares a ser limpos,
lembranças a serem esquecidas
e costumes a serem desacostumados,
todos tão especiais que não
valiam ser vividos por outras.

 Haveria dali em diante uma falta
que nunca seria preenchida.

 Foi ficando aos poucos mais
fácil viver sem a outra ao seu lado.

 Fez como jurou,
e foi embora dali.

 Para que não sofressem mais,
queimou o que delas ainda havia,
matou o que delas,
nela ainda vivia.

 Sufocou em si,
tudo o que restava vivo
daquela história,
e arrancou de dentro,
o que ainda não havia aflorado,
que era semente daquele amor.

 Não soube viver sem a outra,
ela se mudou,
foi viver onde a outra não existia.

 E sabia que ainda a encontraria,
por isso, resolveu certificar-se
de que no mapa, aquele seu lugar não haveria,
partiu direto para o Tártaro,
onde sabia que os anjos não vão,
para ter a certeza de que a outra
seria feliz, sem agora, o medo de encontrá-la.

Ingrid Nogueira.                     

Só pra dizer

 Que durante esse tempo todo em que
ficamos sem nos falar, sem nos ver,
é verdade que eu quis te escrever.
 Que eu não te esqueci,
como pensei que aconteceria.
 Que tentei não lembrar de você.
 Que sonhei com você,
e que foi sem querer.
 Que te amo inconscientemente,
e que não sei o porquê.
 Que continuo não concordando com suas manias
- que não esqueci -,
e nem por isso te odiei.
 Que mesmo sem você,
eu consigo viver.
 Que eu te escrevo,
mesmo que sem querer.
 Que quero tudo,
mas quero mesmo é te aborrecer.
 Que não acredito mais em você.
 Que apesar de tudo,
não vou mais te dizer...
 Mesmo que queira me contradizer,
que queira me convencer,
e queira me distorcer.
 Que deixei  de te pertencer.
 Que decidi não mais te escrever.
 Que não acredito mais em você,
que sonhei comigo sem você,
e já sei que sem você, eu posso,
finalmente viver.
 Mesmo que queira me contradizer,
que queira me convencer,
e queira me distorcer.
 Que eu dancei sem você,
só pra você saber,
que eu gozei a vida sem você.
 E que pra constar,
eu me diverti sem você.

 Só pra dizer que
eu esperei você abrir a porta.
 E que se você quiser,
eu espero você abri-la,
espero você sorrir,
e quando fechar os olhos pra piscar,
eu possa te beijar,
mas só se ainda quiser.


                                           Théo.                                        
 E tudo fica sempre no meio, no entre...
meia-boca, entre-aberto ou meio-fechado,
meio-estranho e até a musa entra na roda,
que aliás, fica meio,
meia-lua, entre-meio nós.
 A carne no meio dos pães,
a distância fatal entre nossas bocas
e a respiração entre nossos corpos.


                              Théo.                      
 Aquele livro que era mais um diário;
aqueles projetos;
aquele amor;
todas aquelas palavras;
as fotos;
as músicas;
os amigos e tudo mais...

 Tudo fazia parte,
era tudo aquilo um pouco de mim.

 É naquele instante me senti
totalmente perdido, solto...
desprendido de tudo.

 Me senti apenas parte de tudo,
mesmo esse 'tudo' sendo parte de mim.

 Porque ficaram todos,
assim como eu ali,
pelos meios,
todos incompletos,
tudo e eu,
eu e tudo mais.

 E todos somos ou estamos meio...


                                           Théo.                                                    

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Longe de te Amar

 Seu aparelho pressiona
meus lábios, como
suas mãos ao meu corpo
contra o seu.

 Seus olhos me desejam,
e me dizem que quer mais.

 Suas palavras me encantam,
sua doçura me seduz,
você me leva a fazer o que
ainda ão havia experimentado.

 Quando você me toca
sinto algo estranho,
que nunca havia sentido,
sinto agora que estou pronta.

 Mas hoje faz 8 meses que não te vejo,
e eu já não consigo mais parar de pensar em você,
porque apesar de ter a capacidade de amar,
ainda assim era fria.

 Eu nunca consegui entender o
motivo de esconder que estava amando.
 Pois este não era o caminho mais
curto ara a felicidade?

 Não entendo como conseguia viver
escondendo isso.
 E eu me frustrei ao esperar que
dissesse que me amava.
 Eu me machuquei tentando te fazer sorrir,
com você foi a única vez em que as
palavras EU, ESTOU e MEIA
me pareceram engraçadas juntas,
não sabia que era tão fácil
começar a não parar de pensar em você e
nem que era tão difícil te esquecer.

 É uma tortura ter que pensar em você assim,
e eu não me canso de me torturar todos os dias,
sem deixar que um passe em branco.

 E à propósito,
eu me odeio por te amar,
isso me machuca o ego
e você me maltrata só por existir,
e o grande problema,
é que eu não me canso.



                                   Ingrid Nogueira.                                                      

Carta Para Voltar Depois de Partir

 Fizeste nascer o pior de mim;
acordaste algo que nem eu conhecia;
e gostei do que você me fez.

 Mas agora vai embora, assim, sem
dizer o porquê,
sem ao menos saber para onde,
ou que caminho vais tomar.

 Nos últimos anos estive me dedicando
de todo à isso, ao que sentia.

 Era a única coisa que desejava,
mas já não me importo em destruir
o que agora acabei de erguer.

 Eu não vou implorar para que fique,
mas não vou fazer suas malas.

 Agora estou saindo por aí,
quando voltar, espero não ter
vestígios do que entre nós houve.


Trarei alguém para bagunçar a cama,
seu quarto a nossa casa;
para deixar um cheiro de suor novo,
uma nova sensação, lembranças novas,
para deixar tudo aqui livre de você,
livre do nós que acreditei existir.

 Quando sair, pode levar a sua nave espacial
que escondi na garagem.

 E não esqueça sua louça suja na pia,
ou ficará lá até você voltar.

 Não volte tarde, Meu Bem!

P.S.: Cuide da sua Amnésia.


                                              Théo.                                                  

A minha rua

 Agora sei, o sentimento não basta.
 Não adianta mais chamar por mim,
eu não vou, você é caminho proibido.

 Eu sempre fui até ti,
atendi à todos os teus pedidos,
e agora, como depois de todos os amores,
foi embora.

 Eu não sou seu brinquedo,
sou feito de carne, osso e coração.
 Sou feito de mor, atitude e desdém.

 Entendi que posso brincar contigo também,
descobri que não tem graça esse seu
jogo de horror.

 Se possível, afaste-se das lembranças
desse amor que assombra meus pensamentos.

 Sou feito de ousadia,
então tenha cuidado o atravessar
a minha rua.



                                           Théo.                                    

Since Ever

 Ontem, nos falamos, e a palavra mais
sábia que poderia escolher,
a mais bela de todas as que usei,
foi o silêncio.

 Sem me arrepender de nada do que eu te disse,
arrependo-me de não preservar 
meu precioso silêncio.

 Uma tinta diferente colore as palavras
que escrevo agora.

 Depois de ler todas aquelas palavras suas ontem,
acordei hoje sozinho novamente.

 Nenhuma das nossas palavras mudou nada,
o mundo não mudou, para mim, em nada,
apesar de tantas mudanças constantes,
é como se eu tivesse parado no tempo.

 Estou tão confuso...

 Morfeu parece me seduzir e
rir de tanta fragilidade.
 Afrodite parece inventar mais brincadeiras de amor,
e usa me coração como cobaia... mas
_ Ei! Afrodite, não tem graça não!

 Até agora, não me preocupava em ser todo
tão certo, nem sedutor.
 Eu era feliz em saber que era desejado
somente por se o que era desde sempre...

 Era eu, mas de mim, nada;
era homem, mas não sentia nada.
 Agora sei que sou Cravo,
sei que de tudo, sou cor,
sou flor, sou sua dor.

 Agora, quem guarda e coleciona
corações em prateleiras, sou eu.



                                          Théo.                                      

Flor de Sakura

 Nós somos parecidos,
 nós amamos, sem contar o peso
da beleza que há nisso.

 Queria, em outra vida
ser alguém realmente digno do seu amor.

 Digno que te amo, e para você é como se
estivesse exercendo minha profissão,
e tentasse te enganar,
fazer-te acreditar na história
que me vejo encenando.

 Só que não lembrou de
pensar que também tenho sentimentos.

 Sim, flor!
 Tenho-os, embora não te aparente.

 Já parou pra pensar flor,
que escolhi te amar assim,
pelo significado da cor?

 O amor me fez enxergá-la,
sem contar opiniões alheias,
sobre seu caráter ou sua aparência.

 Para todos os demais, és minha flor.
 Para todos lá fora, não existes,
por seres tão valiosa,
por seres tão amável,
por seres tão você.



                                    Théo.                    

Anjo Negro em meus Olhos Negros

 És insolúvel enigma,
sim, você é impenetrável,
não existe mais nada que me deixe tão confuso,
nem tão constrangido.

 Mostra-te tão forte, e és tão frágil...

 E ainda ouso em comparar-te com
minha Sakura, mãe de tantos heróis,
mãe de samurais que salvaram vidas
e enfeitaram ainda seus túmulos,
zelaram por seus filhos até à hora da sua morte.

 És rica em cor, sorrisos, amor
carícias, sonhos e o mais belo que há em ti
é o brilho dos seus olhos,
que me leva ao fascínio total.

 Você pode ser minha cura?


                                     Théo.                              
 Te vi, e alcancei
era você a única que poderia me salvar,
e por medo me deixou ir.

 Deixou que me fosse e me perdesse.
 Te vi no fundo daquele abismo e mergulhei.
 Eu voltaria por você, mas
sinto que não enfrentaria nada mais por mim.

 Já entendi que vives no meio da tristeza profunda
para não fazer outro alguém sofrer.

 Evitas viver pela felicidade alheia,
por isso é que não pude mais te esperar,
e mergulhei, sem que tivesse
outra escolha plausível,
aí morri.



                                          Théo.                                  

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Nosso jeito de amar (Secrets)

 É que realmente não nasci para
ser como os outros,
os comuns, os que te cercam.

 Anseios diferentes, gosto,
medos, jeito, tons... todos eles comuns.
 Meu código genético, meu sangue,
meu tipo, todos os meus tipos são diferentes,
são como se não fossem daqui.

 Sim, sou de outro mundo,
e posso te levar pra lá.
 O fato de estares aqui,
de estarmos totalmente entregues nos braços
um do outro, já te leva comigo.

 Somos agora ambos, invasores celestiais na Terra.
 O cosmo, todo ele é nosso caminho hoje.
 Viajantes eternos, e sem limites de fronteiras.
 Levados por nossos desejos rubros.

 Limpos de qualquer culpa,
filhos do amor, fomos para outro mundo,
onde jamais seríamos presos por estarmos nus.

 Saímos sem destino traçado,
deixamo-nos levar aleatoriamente, para o mais quente
e mortal dos espaços cósmicos.

 Fomos tudo em nossa essência existencial,
e não deixamos de ser nós mesmos.

 Tivemos todas as cores, todas as formas
mesmo quando disformes.

 E em toda a falta de forma da minha escrita,
as cores se misturaram,
e assim uniformes, tornaram-se um colapso
de prazer em mim.

 São luzes que nascem de nossos corpos se
aproximando e se tocando, trocando carícias
e se amando, secretos, ali,
no mundo que só nossa nudez conhece,
nosso lugar secreto, escondido no nosso jeito de amar.

 Hoje entraremos em um buraco negro,
e vamos deixar que nos leve para onde quiser,
por que nos basta estar juntos.

 E que a cada viagem, seja novo também nosso gosto,
nosso amor, nosso toque.

 Que sejamos descoberta diferente
a cada noite que se lançar sobre nós.

                                                            Théo.                
 Lembro-me agora a sombra daquela
roseira plantada no jardim debaixo da
janela  na minha sala,
que só o que não me podes cobrar: amor.

 Soube que quando te tinhas amor,
dedicavas-te à outra,
e depois que te esqueci,
depois de tanto sofrer,
depois de milhares de correções a mim mesmo
para que não ligasse, para que não chamasse o seu nome...
 Agora que dedico meu amor,
meu cuidado e atenção à outra pessoa,
vens me cobrá-los,
hoje, à sua disposição não há.


                            Théo.                                          

A menina de Abril

O texto a seguir, foi um dos mais importantes na minha trajetória (Ingrid Nogueira). Era um exercício em que deveríamos contar sobre algo que havia nos marcado dentro daquele ano, até aquela etapa. Decidi então falar da experiência talvez mais importante da minha vida, não vou identificar a mulher com quem aconteceu, mas agradeço a ela por me proporcionar tal oportunidade, e por ser tão importante até hoje pra mim, mesmo que um pouco de longe.
A primeira parte, é como estava ainda naquele ano, a segunda, é como uma atualização três anos depois, sobre ela e sobre mim também...

       A menina de abril                                              01/09/2010
Relato Pessoal

 Em abril, eu conheci uma guria fascinante, tem os cabelos longos, castanhos ondulados, é dona de um sorriso aparelhado lindo. Nesse dia eu conheci, sem saber, a menina que faria toda a diferença na minha vida e sem saber ganhei espaço na vida dela também.
 Uma semana depois, parecia que já nos conhecíamos havia anos, era como se eu pudesse encontrar abrigo nela a qualquer momento, em qualquer situação.
 Quando haviam se passado duas semanas, já estávamos em maio e, no meio de uma conversa, ela me beijou e virou meu mundo de cabeça para baixo. Foi uma das melhores experiências que tive.

                                               Ingrid Nogueira                        


Atualização de  :
               A menina de abril
 Relato/Fracasso Pessoal

 Foi tudo muito mágico, é verdade. Estava começando a a conhecer o mundo sem as proteções de pai e mãe - deveria mesmo, era ter deslanchado desde então.
 Abril de 2010 foi o mês onde dei primeiros passos importantíssimos na vida. Foi quando dei meu primeiro beijo, foi também quando cheguei sozinha em casa, pela primeira vez depois que já havia escurecido, foi quando fiz a primeira participação em montagem/ desenvolvimento de cena. Foi quando conheci uma peça-chave para várias questões, risos e dores da minha vida. Conheci ela, que me foi apresentada por amigos em comum, Dry era como delicadamente a chamava. O nome não citarei, considerando inconveniente.
 Ficamos amigas, tínhamos muito em comum, além de alguns amigos. Éramos escritoras e artistas. Ela bissexual e eu havia sido beijada por um garoto que me parecia não saber o que fazia, mas sempre tive atrações e dúvidas pouco comuns para meninas da minha idade, e por isso minhas amigas não sabiam. Mas dela não consegui guardar segredo. Até problemas eram parecidos, éramos desde então, confidentes. Confidência tão séria, ao ponto de firmamos pacto (do qual não falarei).
 Sobre ela?, continua fascinante, os cabelos ainda castanhos ondulados, não mais tão longos agora carregam as pontas douradas, uma trança dreadlock perto da nuca e o lado direito raspado à máquina 0.1. Ainda detém o sorriso lindo, agora já sem os aparelhos (o que me deixa um pouco chateada, porque gostava deles pressionando e marcando meus lábios), a língua ganhou um piercing, cada mamilo, septo e trago também ganharam os seus. As curvas perfeitas da cintura ganharam uma tatuagem que por ela foi idealizada. Ah! Detalhe importante! Agora é professora de arte, e aluna de psicologia.
 Não esqueci os sentimentos que despertou em mim aquela noite, mas também não a quero tanto. Aquele beijo mudou minha vida sim, mas agora conheci outra mulher que mexeu muito comigo, e ela também conheceu outras pessoa.
 Continuamos loucas e amigas,
continuamos na arte,
continuamos NÓS acima de tudo,
continuamos felizes.

                                    Ingrid Nogueira.                                           13/01/2013
 Sabe que às vezes me encanta e
esse seu jeito bruto de ser...

 Gosto do domínio que você
exerce com maestria sobre mim.
 É bom me submeter como um mordomo,
e ceder à todas as suas vontades,
todos os seus caprichos.

 Engraçado como tudo isso
me soa tão estranho,
porque quando estamos a sós
eu é que te domino,
que prendo você a cabeceira e
aos pés da cama, e como
um prisioneiro medieval,
te submeto à penas variadas,
com a sutil diferença que essas
te trazem prazer,
te elevam cada dia a um
grau diferente de delírio,
e eu gosto disso,
gosto de descobrir coisas novas
a cada encontro.

 Eu gosto disso de me calar em público
e ter o domínio em particular.

                                       Théo.                                                
 Por saber o domínio que exerce sobre mim,
é que me manipula, como um ventríloquo
a seu boneco.

 Me sinto fazendo coisas tão loucas,
coisas que eu, de mim, nunca fiz.

 Estou estagnada, flutuando em
algum lugar do cosmos,
em uma dimensão paralela a nossa,
apenas assistindo ao espetáculo que
fazias, iluminada pelo holofotes,
sendo enfim o centro das atenções.

 Ainda não conseguia entender
o seu desejo por tamanha atenção,
já não te bastava a minha?

 Logo eu, que tanto por ti vivi...
eu ainda, que à você me dediquei...

 E o pior é que não sei o porquê,
mas ainda te quero tão bem,
quero-te ainda tanto, lírio meu...

 Poder amar-te é tudo o que eu pretendo.



                                                                           Théo.                          

Fique Musa

 De onde foi que saíste,
és resultado do sangue
de qual cadáver deste
plano divino?

 Tens em seu sorriso
uma imensa galáxia,
em que qualquer dos deuses não
poderia transformar-te.

 Não consigo descobrir
de onde foi que surgiu.
 E agora menos ainda
porque te vais.

 Sinto estar perdendo-te,
uma vez que disseste ser
toda minha, mas se
dedica à adoração de outros.

 Sacerdotisa de Vênus e
de Gaia,
minha linda musa,
virgem pura e sábia.

 Rende-te aos meus encantos,
e vem sentir meu calor
que acende estas tuas estrelas
muitas vezes rubras em ti.

 Minha musa envergonhada,
conta-me porque vais
embora de mim,
fala-me o que foi que fiz.

 Musa, fica que eu preciso de ti,
fica, que não respiro
se não estiveres aqui.

 Não esconda-se debaixo de
tecidos finos, nem púrpuras,
nem alvos,
quero-te nua,
quero-te vestida da sua
liberdade louca e
na cintura, cordas de prazer.

 Musa fique aqui mais esta noite,
descanse ao meu lado,
me dê a honra da sua
presença apenas esta noite.

 E quando o dia chegar
não queira mais dizer-me
adeus, não me veja digno
de tal castigo.

 Antes condena-me ao
reino do Estige,
que será dor inferior
a ver-te partir daqui.

 Fique musa, e ouça meu anelos.


                                                        Théo.                    
 És minha musa, toda a música que ouço.
 Sinceramente, já estou
me cansando de todo esse
seu silêncio ensurdecedor.

 Já me cansei de falar com você,
e não ouvir a sua voz,
suas enormes pupilas estagnadas,
as batidas aceleradas do seu coração
e a respiração ofegante
me lembram nossa última noite de amor,
nosso últimos prazeres juntas.

 Já não aguento mais o castigo
do seu silêncio.
 Musa do meu respirar,
absolva-me da culpa por ter te usado,
absorva-me em ti e
faça-me viver plenamente contigo.

 Do que é feito esse seu silêncio?
 Mostra-me onde é que
produzes todo esse seu mistério!

 O seu riso sério,
apenas ele é capaz de transformar-me,
seu beijo abrasante
me transporta à toda velocidade,
à velocidade em que me perdi,
à sua velocidade frenética,
à velocidade da luz
que escondeste em mim.

 Musa das minhas poesias,
dos meus doces delírios.

 És a causa maior do meu
ser brilhar.
 És também toda a causa
de tamanho pesar.


                                                                     Théo.                                      

Lara

 É assim, mesmo que pensemos que não.
 Quando pareço ser absurdamente doce,
eu estou docemente louca.

 Você me deixa louca com esse seu jeito de me olhar.

 É! Você mesma!
 Seus olhos transparecem todos
 os teus desejos loucos
que relacionam meu corpo.

 Me enlouqueço com a sua translucidez.
 Olhe no fundo dos meus olhos e assuma,
sem palavras, toda essa vontade de ter-me.

 E então, tenha-me.
 Acaricie-me com a doçura de todos esses seus gestos.

 Morena, esse "V" particular
em seu rosto marca todos os
meus sonhos e todas as minhas ilusões.

                                        Théo.                                      
 Estava rodeada de pessoas
mas não de quem desejava estar.


 Sua musa não pudera comparecer,
e estava ali, sozinha de sentimentos,
inundada de vozes, mas nua de emoção.

 Só o que havia nela, era uma
imensa solidão,
que a sufocava.

 Mesmo que rodeada,
não sabia ali estar.

 Tudo tão novo pra ela,
era tudo tão novo...

 Esperava antes que o novo a
surpreendesse de alegria,
mas aquilo tudo,
muito novo, causa nela, sozinha,
certa fobia.

 Era para agora,
estar completamente nua,
absolutamente entregue,
a lado de quem um dia
lhe banhava como a Lua.

 Nunca se acostumara
à falta da mulher a quem
decidiu um dia,
fazer feliz a todo custo.

 E custo foi prometer distância,
viu-se obrigada a vê-la feliz de longe,
com outra pessoa.

 Mas sua recompensa,
a resposta para o seu amor,
foi saber que fazia a outra feliz estando longe,
foi a felicidade da outra.

 Sabe que isso me atraiu pra ela?!

 E aqui estamos!
Nus, entregues, felizes,
depois de nos permitir tentar,nossos!

 Mesmo eu sabendo que não fui sua primeira paixão,
não me faz mal!
 Ela também não é a minha,
eu também já abri mão de ser feliz,
para ver outra pessoa feliz!

 E nisso nós nos completamos,
com a promessa de sermos felizes juntos,
sem nunca termos que partir da vida um do outro,
sempre nós,
sempre juntos, sempre ali!

                                          Théo.                                                

sábado, 15 de novembro de 2014

Olhar Incógnito

 Enchendo minhas noites,
e esgotando meus pensamentos,
fazendo exaurir-se minha imaginação.

 Em um minuto estamos estamos aqui,
apenas nos relacionando profissionalmente,
estou aprendendo com você.
 Sua experiência me fascina.

 No próximo instante já
atravessamos o Atlântico,
o navio que usamos,
leva seu nome, o
único que é capaz de tornar
inútil qualquer conjunto de velas,
sejam elas negras ou puramente alvas,
como sua alma.

 Pois só a sua partida é capaz
de fazer-me esperar, se necessário,
uma eternidade.

 Sua chegada, e só ela,
me toma o brilho de uma tarde inteira.

 Foi quando te beijei e não mais
soube parar, não havia mais
um caminho de volta.


 Ela é a mulher que me
arranca todo o ar.

 E eu sigo-a,
anseio sua sensação novamente.

 Minha pequena borboleta,
mora na minha roseira,
dela bebe o orvalho,
e de mim se ausenta.

 Propõe-me que vá embora,
mas agarra-me com os lábios.
 Implora-me que vá embora sem olhar para trás,
e prende-me a cabeceira dos seus pensamentos,
segura-me pelo braço, seus olhos choram,
pedem para que eu queira ficar.

 _ Amor, é o que eu sempre quis,
 e já não sei o que ouvir,
se sua voz (que mente aos meus ouvidos),
ou se aos seus sinais.

 Ela é ambígua e me faz enlouquecer.
 Esse seu sorriso afogado em mistério,
seu olhar sério...
 Ela me fita com traiçoeiras certezas.

 A incógnita que me seduz à voltar,
mãos que me convencem, pelo calor, a ficar,
então me largo, me permito ficar,
então ainda estou qui.


                                          Théo.                                

Canção sem final

 Eu fiquei de um jeito que
me surpreendeu.

 Já era madrugada,
e como já me era costume,
te esperava para conversar.

 Como nunca antes havia estado,
fiquei impaciente esperando ouvir
suas palavras, mesmo que escritas.

 A impaciência e a insegurança
tomaram-me todo o corpo.

 Nunca ninguém havia me deixado
desse jeito em tão pouco tempo,
e mais uma vez, ela me surpreende.

 E agora não por uma atitude própria,
mas pela inquietação que me causou.

 Era uma saudade,
uma vontade,
e milhões de desejos,
de possibilidades.

 Tudo nela e sobre ela
me encanta e não há mais
como negar.

 Aquele sentimento estava
muito além do que eu poderia
imaginar ter por um alguém
em tão pouco tempo.

 São aquelas coisas que
eu disse que ela incrivelmente consegue
provocar em mim só com um sorriso.

 O melhor de tudo isso é
que acontece naturalmente,
ela não precisa forçar nada,
é assim, um dom, essência!

 E depois de 11 estrofes,
33 versos e muita ansiedade,
ela me encontrou.

 Não me contento de felicidade
por ouvir suas palavras escritas,
só me contento depois que falo sobre ela.

 Escrevo sobre ela,
sem que saiba
mas tem sido minha maior inspiração.

 Ela chora do outro lado.
 Seu corpo também não suporta
toda essa distância,
essa saudade, e toda essa vontade.

 Do lado de cá,
meu peito escorre sangue,
por não saber ver minha menina,
minha guria, a pequena,
a prantear,

 E no final das contas,
ainda não nos podemos chamar NÓS,
mas já o consideramos em segredo,
nas conversas, nos sonhos...

 Ela é independente,
e isso me atrai.

 Ela é criativa,
e isso me desperta o desejo,
me instiga a curiosidade.

 Ela é um anjo,
e quero que me mostre seu céu.

 Sei que já nos envolvemos,
e no fim de tudo,
espero que essa não seja
mais uma dessas composições
jogadas ao vento.

 Que nos seja uma eterna canção,
esse repentino amor.

 Que nos seja tão eterno quanto a infinidade,
dela não quero mais me afastar,
e que assim, aos poucos,
não me queira deixar também.

 Que essa nos torne eternos.

                                                Théo.                      

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

 E você ainda acha que
vai ser assim,
olho para todos os lados,
vejo todos a minha volta,
corro, e ninguém sabe que estou lá.

 Quem me percebe,
não vê meus olhos,
e finge ser meu espelho,
mesmo sem querer.

 Me carrega na lembrança,
fotografia do que se não vê,
luz que ilumina pensamentos claros,
que se confundem, e
fundem com sentimentos.

 Eu quero partir, ir embora,
eu preciso descansar,
e bolar novos destinos e planos,
e não encontrar-te novamente, e
rir de mim,
e fazer da morte luz,
e da dor, sonho e
de mim eu mesma,
deixar de ser quem eu
me projetei para ser,
começar a amar e
não mais ser sombra.

 Sorrir, e quanto mais de mim for,
ser você.

                                               Ingrid Nogueira.                             

Loucura

 Despertar e ter a certeza de ESTAR...

 De estar lá com você, e
de que você está lá comigo.

 Poder apertar suas mãos,
e acreditar que não foi imaginação.

 Chorar e saber que você
está lá só pra me abraçar.

 E mentir, só depois,
fingir que não estive lá.

 Ter os momentos mais incríveis de todos,
e não poder contar pra ninguém.

 É não querer mais voltar para a realidade,
é fazer de conta que não existe,
é isso!

                    Enlouquecer.


                                             Théo.                                                                      
 Porque o silêncio ainda
grita sozinho dentro de mim,
porque ele ainda é silêncio sem você...

 A voz grave do silêncio ainda ecoa sem você...

 E o meu silêncio simplesmente te observava...

 Ele ria e já não era silêncio...

    Com você ali, tudo era sorriso!



                                   Théo.                                                                            
 Aquela nossa conversa me soava como poesia.
 Aliás, como todas as outras.

 Mesmo quando em brigas,
pois quaisquer palavras pronunciadas 
por tão divinos lábios soam
como a melodia da música,
entoada pelas notas delicadamente 
arrancadas, a carícias da cítara,
como se teu corpo fosse a cítara e 
meus lábios as mãos do instrumentista,
como se ao nos tocar entoássemos sons
tão agradáveis, que todo o Universo
conosco dançaria...

                                              Théo.                       

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

 Só queria ouvir mais uma vez
essa sua voz.
 É um martírio para quem já te ouviu
ser obrigado a ouvir e respeitar
o silêncio que me é imposto.

 Esse barulho perturbador do mundo
inteiro aqui fora, tantas opiniões,
sons e gritarias me endurecendo,
me enlouquecendo e confundindo meus pensamentos.

 Passei os últimos três dias pensando,
tentando achar algum motivo para
tal castigo.

 Mas tudo bem, eu te respeito,
ainda espero poder saber o porquê,
só espero que não demore tanto à
ponto de eu me cansar e não mais
me interessar  motivo,
ou voz, ou mesmo você.

                                                   Théo.                          

Helena

 Meu pequeno lírio,
que me fez sorrir e
que me fez chorar.

 Aquela delicada flor,
ela que sempre esteve ali,
não olhando nunca o que
de ruim acontecia em volta de si.

 E agora, a luz de uma vela,
já derretendo, vejo todos
os instantes que passamos juntos...
me torturando a lembrar
de cada momentos nosso,
todos os risos e brigas
qualquer não-se-falar.

 Tentando agora me dar uma chance
de chorar por uma última vez,
a chance de viver coisas novas
e deixar que flores novas enfeitem
meu jardim, como sugeria que eu fizesse.

 O pior é ter que fingir que nada
está acontecendo,
que está tudo muito bem.

 Tudo naqueles nosso dias,
carregado de sentidos mas ainda assim,
tudo muito delicado.

                     Théo.            
 Eu quero um amor que me transborde,
eu quero o amor que me
invada e escape por todos os orifícios.

 Decidi que agora quero um amor
que me eleve ao mais intenso êxtase.

 O quero quase perfurando o
abdome, e ainda assim seja doce,
que seja louco em sua serenidade.

 Quero dias e noites de transa selvagem,
e que estejamos num lugar que
apenas nós conhecemos.

 Quero a sorte de um amor livre de laços,
livre de complicações,
um amor aberto, que satisfaça
a quem nós permitimos participar.

 Quero um amor que beije,
coma, acaricie, durma, se banhe,
cozinhe e acorde comigo.

 Um amor que também me seja por
refúgio, que me seja remédio,
droga, loucura e sanidade.

 Eu quero um amor pleno
que me tome e que se dê num todo.

                                          Théo.                    
 Ela apostava em um final diferente.
 Sempre acreditou que tudo poderia mudar.

 O que ela não sabia,
é que às vezes o amor desgosta,
e quando descobriu isso,
se sentiu livre.

 Ela pôde ver suas asas crescendo,
seus limites desaparecendo,
e a escuridão ficando para trás.

 Agora faz o melhor que um dia pensou
em fazer por si mesma.

 Ela cansou de descrenças em seu amor.

 Mas antes de ir-se,
deixou algum óbolo para não
sentir remorso.

 E todos os muros que antes via,
aqueles dos quais tinha medo,
jogou com um toque no chão,
e descobriu a força que sempre teve
e que nunca o soube.

 Sentiu pela primeira vez o que era
a liberdade.

 Descobriu quão maravilhoso é ser amada,
enfim... Foi mulher!

                                                Théo.                    

Songs

 O caminho certo pra mim é você,
e mesmo assim você parece tão automática.
 Eu me pergunto se o meu mundo é mesmo meu,
dizendo ao final:
_ De quem é este mundo?!
 Respondo a mim mesmo, que é nosso, mesmo sabendo
que você pode devorá-lo.
 Mesmo assim eu digo sim, e vou.

 Só agora eu entendi que crescemos,
mas continuamos os mesmos.

 Eu sei que tudo o que aconteceu
magoou à mim e à você,
mas infelizmente eu não posso dar
tudo à você e não sei se você pode me dar tudo,
porém respeito é essencial.

 Sabe?!
 Esse seu amor louco e controlador
me faz perder a cabeça.
 Não sei o que aconteceu, mas na noite passada
você era louca por mim e agora diz que já
não me ama mais,
eu queria poder saber que estamos
rolando profundamente nessa nossa
história de amor, mas numa dessas
histórias ão á garotas se beijando,
nem para experimentar,
mas se houvesse, eu diria que:
''_ Eu beijei uma garota e gostei disso...
nós garotas somos tão mágicas, temos lábios com sabor de cereja..."

 Se eu pudesse escrever uma dessas histórias...

 Espera, eu posso, e vou,
porque não somos de outro mundo - talvez sejamos sim -,
porém não vou me prender ao que os outros pensam.

 Não podemos deixar que nos levem,
não! Isso é mau!

 Estou aprendendo a me calar diante
de tudo o que acontece,
encontrei algo que realmente me acalma,
escrevo para você, mesmo
sabendo que você possivelmente não receberá,
mas se receber, quero que saiba ao menos,
que eu pegaria uma granada prestes a
explodir por você,
e que não é apenas
a única opção, mas é
a minha única exceção!


                                           Ingrid Nogueira                        

Tão única e tão comum (extremista)

 Sua voz é como um milhão de outras
reunidas unicamente na sua.
 Suas palavras são como munições e
sua boca como uma arma.

 Seu olhar é como uma espada que
sabe bem dividir meu ser.

 Você é tão extremista, tão indecisa!
 Você é tão doce, tão amarga!
 Você é tão única e tão comum!
 Você é sozinha como qualquer 1.

 Seu sorriso largo já não me engana,
seu falar me mata,
seu pai é tão sacana, vá antes que seu marido
te acha!

 Ficou tão comum adulterar,
ficou tão nico amar,
ser fiel, agora é careta
adulterar antes era possessão do capeta.

 Mas já me acostumei em ser usado,
já me acostumei a me sentir rejeitado.
 Entendo que sou substituto,
mas não sei se substituído.

 Tão comum como ser infame,
tão único como aquele vexame.

 Você ficou tão estúpida, tão astuta!
 Você foi quem me amou tão intensamente, tão sobriamente!
 Você foi o último biscoito do pacote!
 Você foi a pecadora e eu o sacerdote!

 Nessas nossas manias, a fantasia nos tomou,
nos levou, nús, ao extremo, nos sufocou.

 Tão comum é viver loucamente,(com você!)
 Tão comum como amar intensamente,(amar você!)
 Tão comum e aceitável é estarmos juntos,(eu e você!)
 Tão comum como eles estão,
 Tão comum é hoje o que antes era diferente,
 Tão comum como o ocidente.

 Tão único se apaixonar, é viver a fantasia,
tão única é a forma com que me ama,
tão única é a forma com que geme em meus braços,
tão única é a maneira de nos amarmos,
tão única é a maneira de nos olharmos e nos beijarmos,
tão única é a maneira de nos tocarmos...
 É a nossa cumplicidade,
ela nos tornou fortes, enfrentamos pré-conceitos,
e hoje vivemos de uma forma
 Tão única e tão comum!

 Que já não tem mais graça fazer escondidinho no
"nosso cantinho".

 Por isso, com lágrimas nos olhos digo:
 _Já não existe nós!

 Não tem mais graça,
não vivemos fugido.

 Cadê aquela adrenalina?
 Cadê a adrenalina?
 Não quero voltar a viver uma monotonia.
 Eu quero minha adrenalina!

 De manhã,
de tarde e à noite,
o que me mantinha,
era a adrenalina.
 Droga viciante, droga que não pode ser
droga ilícita, se nasce comigo,
se morre comigo, ela me deixa assim,
 Extremista!

                                       Théo.                                  

Para que não te arrependas

 Querias saber coisas novas sobre mim,
então ouça atenta:
 _ A falta que fazes em mim,
já não dói mais;
já não é tão grande.

 Foi pela obrigação da distância
que me acostumei...
 Por ter que ser forte
que já não te aparento fragilidade.

 Chamava-te musa,
e agora mostras-te-me tão puco amor,
que sufoquei-te em mim.
 Não me interessa como passas,
não me interessa o quanto, agora, amas.
 Porque a sua nova história vai ter
um fim certeiro, como a nossa.

 O que me interessa, é que
ao menos dessa vez,
ame intensamente, para que não te arrependas,
faça o que te vier à cabeça,
para que não tenhas o que lamentar.


                             Théo.                              
 As minhas mãos suam agora,
ao saber que já não me queres
o simples contato.

 Minha mente já quase teve um colapso
por saber que me arrancaste tão
bruscamente da sua vida.

 Já não quero
esconder mais o que sinto.

 Mas eu aprendi.
 Se era mesmo como dizias,
um dia voltarás ainda melhor.

 E volta, pois já sabes os
caminhos, contatos e meios.

 Com já dizia a poeta favorita:
''_Deixo estar que o que for pra ser, vigora..."

                                                              Théo.                        

Paris

 Que é que querias fazer comigo?
 Me fizestes provar muitas coisas
das quais alimentavas curiosidade e medo;
mostras-te-me o mundo lindo,
de uma forma sem igual;
me deixou me aproximar e me apaixonar,
escreves-te-me poemas, dedicas-te-me músicas,
revolucionaste o amor em mim.


 Me fez calar, me beijou,
e depois ficou diferente...
parecias distante.

 Foi então que percebi o
não seres para mim.

 Foi aí, quando esqueci,
depois de muito chorar,
que descobriste me amar.

 Quando desisti de olhar para os céus
e esperar que brilhasses diferente,
como antes brilhavas só para mim.

 Percebi que não eras Lua,
e nem estrela,
foi quando olhei na fonte,
em Paris, e lá estavas.
 Uma moeda, de libras esterlinas,
que um estranho havia jogado,
trocando-te por um desejo.

 Já não és a única, nem
tão divina para mim.

 Quando acordei, haviam passado-se
dias, que fiquei a te esperar,
a vida continuou lá fora e eu parado
ali...

 Estrela-cadente que fostes,
já não brilhas mais.

 Loucura, resume aqueles
momentos, só meus.

 Não nossos,
pois estive ali, com você,
e estiveste vaga de alma,
em outro lugar,
ainda do meu lado.


                                                Théo.                        
 Deixa escondido,
bem lá no escuro...
 Mas acho que ao contrário de você,
eu cansei de me esconder nas sombras.

 Derrubei o telhado que me cobria,
expus-me à luz da Lua, minha alva amante,
sua luz é que me cobre e aquece,
as estrelas são meus anjos que cintilam.

 Minha pele morena pelo contato nas
carícias de amor, pelos toques delicados
dos raios de Sol.

 Meu riso é um refletor da luz interna,
as lentes do meu óculos
são a tela dessa obra de arte em que se tornou, para mim, a vida.

Agora conheço-me a mim próprio
com clareza.

 Descobri um fascínio que antes me era oculto,
sempre houve em mim grande adoração pela Lua,
deusa atraente, musa de todos os olhares,
perpetuadora testemunha de todos os amores.

 E logo ela,
fica solitária há tantos milênios,
a verdadeira dona de todas as loas,
dama única do negro baile
envolvente à que se dá o nome noite.

 Ela,
o centro de todas as atenções,
inspiração de numerosas paixões.

 A Lua branca,
símbolo de meus encantos,
ela, que me iludiu, e agora
me deixou no centro desse palco,
iluminado pelos olhos seus,
escondido pelo mistério,
chorando, entregue, frágil
nos braços de quem não me deixa mais sorrir.


                                                   Théo.                                            

sábado, 8 de novembro de 2014

 De tão sórdidos pensamentos,
escolhi o único em que se cala
a sua voz.

 Seus gemidos não saem da
minha lembrança,
mas ali, nele exatamente,
fugiram de mim.

 Não sei saber se é bom sinal,
mas também não sei se vivo sem
seus gritos particulares
só meus, só pra mim.

 Sou eu agora mambembe,
cigano, errante, saltimbanco,
sou todos que posso,
mas sou cantando.

                                          Théo.                                                

Obra de mármore frio

 Essa sua pele macia,
Suas curvas, a cor negra
como o mármore.
 Escultura grega,
embora com um tanto
de frigidez.

 És tu beleza inigualável
à de qualquer mulher
que possam me apresentar.

 A não ser que eu, lembre
de teu corpo nu,
com a sua pele lisa e macia,
brilhante pelo simples contato com o Sol.

 A simples lembrança dessa cena,
me faz alusão à um
quadro de perfeita obra de arte.

 Mas agora já não estás mais aqui,
pelo que vivo nutrido das minhas
tristes esperanças.

 Não sei mais onde colocar
meus pensamentos
pois em qualquer lugar ao
qual vou, compositor de mim que sou,
ainda assim não consigo esquecer
daquela tua imagem.

                                Théo.                                

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

 Meu coração disparou,
quase que do peito saltou.
 Foi só de tanto esperar,
e eu passei o tempo a pensar
o que podia falar,
se era sensato ou não,
me entregar de cara à paixão.
 Seu dedilhar no POP ouvir.
 Vi seu lindo olhar o céu.

Senti seu Swing na roda da
bossa, na beira da praia,
ao som de Caetano e Gadú,
encheu o meu céu de areia,
pôs estrelas e a Lua no mar,
o meu mundo de ponta-cabeça,
de medo adocicou meu pavor.

 Não perdi tempo procurando
rimas para tudo ter sentido.
 Porque depois que entrou na minha mente,
nada mais tinha sentido se não envolvesse você.
 Não que houvesse antes,
só haviam alguns poucos motivos para tudo.

 E enquanto de madrugada eu
escrevia tive a certeza de que te encontraria.
 Foi na época em de poeta
eu podia brincar.

 Quero acordar de manhã e sentir seu cheiro,
poder te abraçar, dizer coisas lindas,
te ouvir dizer que faço tudo errado sempre.
 Juro que que não queria que fosse tão complicado,
pensava que ainda assim tentaria não me iludir,
nem encher você com isso,
por isso vou parar de escrever
(está sendo angustiante pra mim)
e não irei mais te aportunar.

 Só quero dizer agora...
esquece!

 Você só precisa saber que
algum dia eu te amei de verdade.

                                          Théo.                                        

Depois de tanto tempo

 Eu escrevi na página errada,
só pra ver como eu me saía,
ao som do silêncio do nada,
pra você eu fiz essa melodia,
com tom de fantasia.

 Tentei me deixei ser guiada
pelas palavras.
 Se ficou tão mal,
me desculpe por fazer esperar,
acho que foi a emoção de depois
de tanto tempo te ver, e falar
com você.
 Sei que cansou de me ouvir falar,
agora então me diga
o que achou depois
de todo o tempo que esperou
pra ouvir o que já sabia.

Indiferente

 Eu odeio você!
 Eu te odeio por nunca estar por perto quando preciso.
 Eu te odeio apenas por esporte.
 Eu odeio só por odiar mesmo.

  Te odeio por me fazer te amar!
  Eu odeio você por me fazer indiferente,
não importando o quanto te odeie.
  Eu odeio o jeito com que fala.

   Eu odeio o jeito com que me olha,
odeio você por me fazer não conseguir não te reparar.
   Eu odeio o seu jeito de sorrir,
odeio o jeito com que toca o violão e me olha e
me faz enlouquecer.
   Eu odeio sua voz, por não poder ignorá-la.
   Odeio sua pele, por não poder apenas odiá-la.
   Odeio o jeito com que me toca, intoxicando todas as minhas células de você.
   Choro por não conseguir te odiar,
acima de tudo por
simplesmente não querer te odiar.

    E tudo isso é só uma forma de eu dizer 
cada coisa em você que me faz te reparar sempre mais.

     Porque o ódio é apenas o complemento de amar.



                                          Ingrid Nogueira.                                     

terça-feira, 4 de novembro de 2014

 Agora escrevo sem intenções
de fazer com que você volte.

 Decidi escrever pra me expressar,
só pra colocar pra fora mesmo,
porque se não fizer eu juro que corro
o risco de explodir.

 Hoje eu juro que quero apenas deixar
registrado que te atingi sem intenção.

 Quero esclarescer que todas as
minhas dúvidas acabaram.
 Eu realmente amo você,
e cada erro, cada acerto, cada sorriso e lágrima.

 Dizer que todos os seus olhares diretos,
cada vez que nossos olhos se encontram
e se aproximam, me desfaço toda por dentro.

 Ok! Confesso que queria fazer você lembrar de nós,
mas era pra doer no fundo da sua alma,
pra te fazer doer e chorar.

 Mas além de  tudo espero que siga
em frente, olhando sempre para trás,
sem repetir esses seus erros.

 Penso em todos os agrados que me fez,
e só consigo me lembrar: um retrato.

 Lembro o quão livre me sentia a seu lado,
porque sentia que podia confiar em você,
que se eu tropeçasse,
me pegaria em seu colo,
evitando a minha queda trágica,
transformando a surpresa, o susto,
numa graciosa dança,
sem compassos antes marcados.

 E o tremor gostoso que toma o meu corpo
toda vez que lembro de você ainda hoje.

 É o mesmo que antes me tomava quando
pensava em você, ou te ouvia,
toda vez que nos tocávamos.

 O rubor que me tomava as faces quando
algum elogio de ti ouvia é o mesmo que
agora mantém meu coração pulsando.

 Os presságios que me tomavam a mente
e arrepiavam a espinha hoje se cumprem,
morremos um para o outro,
e já não nos vemos mais.

                                    Théo.                          
 Sozinho, frente ao piano,
sonorizei e harmonizei
todas as nossas palavras,
todas elas, ditas no decorrer daquele ano.
 Palavras pelas quais me horrorizei,
frases todas mal-elaboradas.

 Minha gaita,
a coitada já não sabe mais
como entoar loas dirigidas à ela.

 Minhas ninfas,
já não dispõem-me a graça
da sua presença,
pois sabem que minhas loas
serão todas suas,
todas encharcadas de você.

 Afrodite já se sente ridicularizada
pela gritante beleza entre os templos
que construí para você em mim.

 E foi, aquele ano,
apenas verão e primavera.

 Foram todos os meus verões e
primaveras da vida naquele ano,
só porque estavas vivendo
aquele ano em mim.

 E agora minha vida
é um eterno caminho
ao inferno, é assim,
são longos invernos
com folhas secas de outonos
passados a beira desse meu caminho.

 É toda falta dela.
 Antes não houvesse conhecido-a,
menos doloroso seria, se não tivesse
amado-a tão intensamente
naquele meu insano dezembro
que me passou como se fossem numerosos anos.



                                                Théo.                                      

domingo, 2 de novembro de 2014

Agitação

 Ela achou estranho,
tudo ficou calmo de repente,
agora tudo estava quieto,
e não havia explicação.

 Não haviam viajado,
nem saído,  nem se mudado,
nenhum deles.

 Foi ela quem os calou
e não tinha tomado consciência
sobre tal fato,
não ainda.

 E como Penélope de Ulisses,
tinha agora a atenção,
o poder sobre todos eles.

 Como Penélope ainda,
estava a espera dele,
que ainda não tomara ali seu lugar.

 Era ele diferente de tudo,
Penélope esperava seu Ulisses
a quem já conhecia,
mas ela aguardava algo em que acreditava.

 Não um alguém,
mas o sentimento que lhe
desembaralharia o pensamento.

 Amor era como o chamavam.
 Pela sua ingenuidade,
por tal inocência de tão pouca idade
e puros pensamentos,
ainda não experimentara o
que é o amor.

 E com ele sonhava por
todas as noites.

 Acreditava em palavras
enganosas de donzelas antes
dela já apaixonadas.

 Pouco conhecia ela sobre
a outra face do amor,
sobre a face de quem sofre,
de quem ruiu por amor.

 Quando finalmente ele chegou,
foi apontando e praguejando pelos outros,
foi por ela acreditado.

 Depois de se instalar,
troxe como uma ventania o caos,
e finalmente certo momento que
há tempos era do que ela precisava....

      AMOU!


                         Théo.            

Embora de Mim

 O silêncio foi tudo o que em mim deixaste.
E ele agora é perturbador,
contém em si um mistério
que me faz te lembrar, quando
o que eu mais queria era te esquecer.

 Trazes lembranças do nosso primeiro beijo,
da primeira vez  que nos demos as mãos,
aquela vez em que senti sua falta, mas
trazia comigo a certeza de que voltarias,
eu tinha sua palavra...

 E agora seu último rastro,
por simples que é,
não me deixa te esquecer
por um minuto sequer.

 Todas as vezes em que vou me deitar,
antes de dormir, és a última cor
na qual eu consigo pensar.

 E nos meus sonhos,
não sei executá-los sem você.

 Nossa última conversa não sai
da minha mente,
nem as expressões que em seu rosto
desenhavam o desdém com que me ouvia,
e então, foste embora.
 Não do mundo, embora de mim.

                  Théo.                

Professora

 Me deixo ser convencido e
levado por seu olhar.

 Ela é a experiência que
me faz acreditar.

 Um verbo infinitivo que
me enche de ansiedade.

 Sua paz me traz segurança,
sua crença no nosso mundo...
Desperta em mim, toda ela,
uma sede poliglota, e enfim,
mata-mo-la no silêncio de
insaciáveis suspiros.

 Carrega um nome que não a condiz.
Traz imagens estampadas na pele,
que a descrevem com tal sutileza...

 Me leva ao mais insano
dos pensamentos.

 É irrealizável vontade,
insaciável desejo,
insanos pedidos, e enfim,
sonho do qual não se pode livrar.

                                        Théo.                        

Coralina

 Me fascina,
e mesmo se não me fosse em rimas,
toda a minha atenção
irias ter.

 De olhos claros,
me fazes entender
todos os mistérios
femininos mais raros.

 Mas além de tudo,
se rimar não soubesse,
não me importaria.
 Pois por mais que escrevesse,
só assim, em palavras a teria.

                     Théo.                        

Autênticos Assim

 E você, com suas mãos safadas,
brincava com meu corpo,
como se já não tivesse mais
um compromisso.

 Dançávamos com nossas mãos
como se já não houvesse um
mundo inteiro lá fora.

 E quando fomos embora,
senti ainda como se não
tivéssemos acabado aquele
nosso ritual.

 Esse nosso ritual de desejos
e traições,  que nos faz morrer e
novamente nos dá vida.

 Fizemos desenhos com nossas
sombras entrelaçadas,
viramos em nós,
obras de arte.

Obras de tal esplendor,
tão escandalizante aos olhos
dessa nossa sociedade,
que é uma verdadeira
pena que apenas nós a apreciemos.

                           Théo.                          
 Mente e mãos inquietas;
Coração  disparado;
Ela enlouquecia a meu lado.

 Caí ali, e dali decolei,
num imenso pára-quedas.

 Ela me olha e finge que não.

 Escrevo sobre nós isso e corro
para a nossa particular escuridão.

 Quando me levantei,
lia-se em mim, DESEJO
enormemente em braile...

 Me quer ali, e quer que suas
mãos leiam no meu corpo nú,
todos os segredos que você,
ali no escuro vê.

Sua habilidade tatal me
convida a enlouquecer em vãos delírios,
por ti não serão realizados.

 Amor, não sei se deu pra chegar
aos seus ouvidos, mas estou
convidando-a aqui.

 Amor, o que é que você acha de
um momento de loucura só nosso?

 Linda, ela acabou de
de chegar e se acomodar.

 Nêga, não te quero apenas
como uma mulher que comigo
divide o espelho.

 Musa, quero-te companheira de mãos dadas.

 Anjo, agora entendo o que
sinto sobre você.
 És o meu eu em outro corpo.

 Linda, adormeça nos meus
braços e acorde sem vontade
de ir embora de mim.

                            Théo.                        
 Quase me arrebenta a alma,
toda essa sua agonia que tento prender.

 Havíamos nos decidido tempos atrás,
mas voltamos a sonhar,
voltaram a nos ocorrer lembranças
de dias loucos, mas de loucuras boas.

 Quase me fugiu do lábio um sorriso,
e tudo o que ainda tenho pra falar.

 Havia-me um grito entalado na
garganta, uma voz estridente
guardada no peito.

 Eu até tentei deixar que fluísse,
juro que tentei, mas era muito mais
forte que eu, era tudo bruto.

 Era maior, era mais forte...
esse a quem eu descrevo, é um mundo bruto,
que me tapava a boca,
e me dizia que não,  enquanto em
pensamentos eu perguntava o que eu
fiz e lhe pedia para abrir-me a mão.

 O meu monstro é o mundo,
mas dele já não tenho medo.

 Dentro dele vivo, de dentro dele
o destruirei.
 Me roubou, horas dantes o pranto
mas flui de mim agora a ousadia.


                   Théo.            
 Escrevia-te no escuro,
para que ninguém me
pudesse ter acesso.

 Escrevia-te na minha cama,
e todos viam-me
prazerozamente sonhando.

 Escrevia-te canções
e na minha pauta
a tinta se descoloria.

 Escrevia-te e era
docemente aceito...

 Foi quando o Sol
se animou,
tocou minha pele
e tudo se acabou,
        ACORDEI.


                            Théo.