Eu me sinto sumir da sua vida,
aos poucos,
e isso dói demais.
Eu me sinto perder a graça,
perder a cor,
eu sumo e não faço falta.
Não te dói mais me ver ir,
é o que eu vejo nos seus olhos,
sua expressão não me mente...
Você não me toca mais,
e quando o faz,
a sua mão me faz derreter,
eu inteira fico suada,
estremeço e sumo.
Eu sumo aos poucos da sua vida,
e escorro nas suas mãos,
entre os seus dedos...
eu sangro,
escôo, e deixo de ser.
Você se vai aos poucos,
eu sinto, e fico,
não por querer,
mas por faltar reação.
Eu me lembro de uma cena parecida,
de ter presenciado essa cena,
de protagonizar essa cena,
eu vivi essa cena,
eu morri nessa cena,
escoei pelos olhos,
eu era palidez inteira,
nem nos meus olhos havia cor,
era calor,
mas de repente meu corpo inteiro estremeceu,
um frio súbito,
fui pro Paralelo,
mas nem lá me sentia em segurança,
a morte me perseguia,
eu parei de sentir.
Eu fingi que era brincadeira,
ou mentira,
que não era comigo até...
mas a dor me fez ver o quanto verdade era.
Ingrid Nogueira.
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!