quinta-feira, 7 de maio de 2015


 Sobre as nossas diferenças,
sempre preferi ignorar,
apesar de tão gritantes.

 É que nós somos opostas,
pra aquecer, nas noites frias e sugestivas,
eu bebo chá e você cerveja...

 Somos extremos boêmios diferentes,
eu me afogo em edredons, leituras e escritas quentes,
e você, em festas, bocas e corpos alheios...

 É que somos sequenciadas...
você primeira e depois eu...
amor, traição e arrependimento,
nascimento, maturidade e sucesso...

 É que as entregas entre nós 
têm pesos diferentes,
a da mente, 
a da paixão,
a do corpo...

 O arrependimento,
pra você teve que valer,
e pra mim tem um 
peso insuportável e 
por consequência o rompimento 
por visto quase infinito...

 É que sobre te ter como amiga
nunca me deixou confortável...

 Não sei como lidar,
você se esquenta com 
outros corpos sobre o seu,
e eu tremo de frio, 
esperando que o meu 
moletom esgarçado me esquente as pernas,
e os dois pares de meias aos meus pés...

 Eu tenho um quase infinito guardado...


 P.S.: Nega...

               Ingrid Nogueira.