quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Palidez

Era tudo tão cinza,
e nem o sorriso brilhava mais.
A mata dos seus olhos era agora sem cor,
da cor da camisa,
da camisa de pijama,
Cinza!

O céu que sempre refletia
e foi assim mesmo,
chovia no Universo,
e só ela não sabia.

Era uma chuva doída
e sem cor,
era cinza inteira.

Era uma cidade toda
que já foi,
e agora toda ruína,
úmida, com vários
tons de verde-cinza.
Até os musgos das paredes
em suas extensas e complexas
organizações, não escapavam
da frieza do dia.

Não há nada nos olhos,
cinza fria,
Hiroshima,
cinza frio,
Hoje no planeta Saturno,
que perdeu a cor.

       Ingrid Nogueira.