segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A menina de Abril

O texto a seguir, foi um dos mais importantes na minha trajetória (Ingrid Nogueira). Era um exercício em que deveríamos contar sobre algo que havia nos marcado dentro daquele ano, até aquela etapa. Decidi então falar da experiência talvez mais importante da minha vida, não vou identificar a mulher com quem aconteceu, mas agradeço a ela por me proporcionar tal oportunidade, e por ser tão importante até hoje pra mim, mesmo que um pouco de longe.
A primeira parte, é como estava ainda naquele ano, a segunda, é como uma atualização três anos depois, sobre ela e sobre mim também...

       A menina de abril                                              01/09/2010
Relato Pessoal

 Em abril, eu conheci uma guria fascinante, tem os cabelos longos, castanhos ondulados, é dona de um sorriso aparelhado lindo. Nesse dia eu conheci, sem saber, a menina que faria toda a diferença na minha vida e sem saber ganhei espaço na vida dela também.
 Uma semana depois, parecia que já nos conhecíamos havia anos, era como se eu pudesse encontrar abrigo nela a qualquer momento, em qualquer situação.
 Quando haviam se passado duas semanas, já estávamos em maio e, no meio de uma conversa, ela me beijou e virou meu mundo de cabeça para baixo. Foi uma das melhores experiências que tive.

                                               Ingrid Nogueira                        


Atualização de  :
               A menina de abril
 Relato/Fracasso Pessoal

 Foi tudo muito mágico, é verdade. Estava começando a a conhecer o mundo sem as proteções de pai e mãe - deveria mesmo, era ter deslanchado desde então.
 Abril de 2010 foi o mês onde dei primeiros passos importantíssimos na vida. Foi quando dei meu primeiro beijo, foi também quando cheguei sozinha em casa, pela primeira vez depois que já havia escurecido, foi quando fiz a primeira participação em montagem/ desenvolvimento de cena. Foi quando conheci uma peça-chave para várias questões, risos e dores da minha vida. Conheci ela, que me foi apresentada por amigos em comum, Dry era como delicadamente a chamava. O nome não citarei, considerando inconveniente.
 Ficamos amigas, tínhamos muito em comum, além de alguns amigos. Éramos escritoras e artistas. Ela bissexual e eu havia sido beijada por um garoto que me parecia não saber o que fazia, mas sempre tive atrações e dúvidas pouco comuns para meninas da minha idade, e por isso minhas amigas não sabiam. Mas dela não consegui guardar segredo. Até problemas eram parecidos, éramos desde então, confidentes. Confidência tão séria, ao ponto de firmamos pacto (do qual não falarei).
 Sobre ela?, continua fascinante, os cabelos ainda castanhos ondulados, não mais tão longos agora carregam as pontas douradas, uma trança dreadlock perto da nuca e o lado direito raspado à máquina 0.1. Ainda detém o sorriso lindo, agora já sem os aparelhos (o que me deixa um pouco chateada, porque gostava deles pressionando e marcando meus lábios), a língua ganhou um piercing, cada mamilo, septo e trago também ganharam os seus. As curvas perfeitas da cintura ganharam uma tatuagem que por ela foi idealizada. Ah! Detalhe importante! Agora é professora de arte, e aluna de psicologia.
 Não esqueci os sentimentos que despertou em mim aquela noite, mas também não a quero tanto. Aquele beijo mudou minha vida sim, mas agora conheci outra mulher que mexeu muito comigo, e ela também conheceu outras pessoa.
 Continuamos loucas e amigas,
continuamos na arte,
continuamos NÓS acima de tudo,
continuamos felizes.

                                    Ingrid Nogueira.                                           13/01/2013

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