terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Dama de vermelho?!


Hoje me produzi toda e jurei que não tinha sido por você.
Me desenhei, me vesti, me maquiei...
Mas não admiti ter sido para você.

Não quero deixar que saibas o que sinto,
Até porque, o jeito como estou me sentindo hoje,
É tão ilógico quando se trata de você...

Eu fiz meu vestido de hoje á noite,
Bolei a melhor das imagens,
E reservei a melhor mesa, no seu restaurante preferido,
Tudo por você.

O que não tinhas experimentado,
Era o gosto da minha vingança...

Quando olhou para a porta, ficou surpresa,
Não sabias que íamos jantar com sua ilustríssima mulher,
Sim, fiz com que ela viesse ao nosso encontro,
Fiz com que ela soubesse de nós,
Fiz por você.

Sabia que ela não merecia saber por outros,
E então, montei nosso palco.

Meu show particular,
Minha direção, roteiro inteiramente escolhido por vocês.

E depois dirá a mim que não tinha o direito de fazer o que fiz,
Mas esqueceu de pensar que também não mereço ter apenas parte de você.
Eu só posso dizer que não sei mais como lidar com a falta da sua totalidade em mim.

Show de tulipas e fogos,
Sem presença de rosas, sem presença de água,
Sem ardor de paixão, sem calor de tesão,
Minha cerejeira já não suporta esse seu cheiro,
Já não suporta também esse gosto pela metade que me ofereces.

Irritas minha pele só de chegar perto de mim.
Minha cerejeira não é como as das lendas,
E não te fará renascer em mim.

Meu coração te repugna,
Não consigo não expressar meu ódio por você,
Fiz questão de diminuir meu céu!
Agora uso viseiras, que é pra não ver mais o que fazes,
Que é para me impedir de te ver.

É que agora já não levas um pedaço de mim quando te vais,
Gastei meus dias acreditando em você,
Gastei meu tempo esperando por você aqui,
E já era de se esperar,
Não sei como não tinha visto.

Conta pra mim morena, qual é o feitiço que jogaste em mim,
Essa dor que me deixou, dá em samba.
E o pé de mulher, que me agrada, já não é mais o seu.
A voz que sussurra em meu ouvido é tão diferente da sua...
O corpo que me dá prazer e me faz enlouquecer,
Tem tudo tão diferente do seu,
E me perco nele, e me encontro nos olhos que agora me olham,
E me têm atenção, e me livra desse seu encanto,
E me faz sentir livre.


Dama de vermelho?! 
Talvez, mas ainda te amo.
             

                                Flor Nigra    

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