quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Quadros Em Ti


Sei que não quer se entregar á mim novamente,
Não vim te pedir que me ame, só não me ignore.

É estranho como forra a parede do seu mundo
Com desenhos autoexplicativos sobre mim,
Todos feitos por você,
Fotos tiradas pelos teus olhos,
Um retrato da minha superfície, dentro de você.

Um mundo EU em sua mente.

Desculpe por ter sido assim,
Desculpe não te amar como esperava,
Desculpe, mas é meu jeito,
Desculpe por tudo,
Por existir,
Por se apaixonar por mim,
Por se aproximar,
Por me beijar,
Desculpe... EU!

Já não sei o que fazer para te esquecer,
Para não me culpar,
Pena não saber como sumir daqui.
Bem que seria impossível,
Já que esse mundo é meu,
Ele todo sou EU,
Não imagino como não estar aqui,
Já que não me deixa,
Já que não me esquece,
Nem sabe se afastar daqui,
Não sabe se afastar de mim...

Pare de me viver,
Dê um STOP em me respirar,
Se desintoxique de mim.
Por favor, me deixe nas minhas coisas,
Deixe-me nos meus horrores,
Não mexa com meus amores,
Não lembre o que nos aconteceu,
Finja que me esqueceu.

Desculpe ser assim,
Desculpe por viver,
Desculpe por entrar na sua vida,
Desculpe... EU!
Perdoe-me por te amar,
Deixe-me acabar com toda essa dor,
­_Não!
É o que você sempre diz.

Sua escolha disse por si só.
Sua escolha foi estar com ela,
Sua escolha foi sofrer ao lado dela,
Sua escolha foi estar sem mim,
Sua escolha foi me deixar sem ti.

Desculpe por mim,
Desculpe a dor,
O choro,
O erro,
Desculpe por deixá-la entrar nas nossas vidas,
Desculpe... EU!

E como dirias estando aqui agora,
Esse meu sorriso te enlouquece,
Então o arranque do seu céu,
Apague-o dos desenhos...
Porque foi o que fez comigo na realidade,
Era o que queria,
Foi o que conseguiu.
Inunde seu mundo de lágrimas,
Pois foi o que conseguiu arrancar de mim.
Meu amor não te bastou,
E infelizmente me deixou sem luz.

Meus olhos você fez de luminária no meio da sua escuridão,
No meio desse mundo sombrio que construíste
Com meu rosto por toda parte.

Eu te assombro em pensamentos,
Você atrapalha meu sono com todos esses gritos de alma,
Que chegam aos meus ouvidos,
E me acarretam noites sem dormir.

Quanto mais eu sei,
Menos de mim eu sou,
Um dia te disse isso,
Mas estava errada morena!

Jamais me vesti tão bem,
Ou fui tão sutil por alguém, como sou por você,
Nunca usei máscaras tão bem feitas,
Que puderam esconder tanta dor.

Não sei se te surpreendi,
Por ser tão peculiar,
Mas assim serei daqui pra frente,
Cheia de ares sutis.

Meu ego anda tão cheio,
Que você já não me incomoda.
Já não me dói sua existência.
Já não me dói se não volta ao amanhecer.
Desencanei de me doer,
Estou deixando que se resolva com o tempo.

Só espero que sua escolha não te decepcione tão rapidamente como eu fiz.
E espero também que cuides melhor dela que de mim.

E lembre-se de que um dia não seremos apenas nós,
Um dia também não serão mais vocês duas,
Será apenas você.
Porque ficar sozinho é sina
De quem só pensa em si mesmo.

Só espero que seu destino não seja tão cruel,
E que o tempo seja generoso contigo.

Seja livre meu ainda breve amor,
E vive!

Desculpe as cerejeiras deixarem de florir ao seu lado,
Desculpe o Sol deixar de brilhar,
Por causa da minha tristeza,
Desculpe não saber te amar,
Não dar valor, quando também não tinha tanto,
Não voltar ao antigo,
Não ser romântica,
Morena, desculpe... EU!

Só quero que você saiba que
Ainda estou pensando em você,
Que eu te quero um tanto bem,
Só espero que esteja aqui,
Mesmo estando por aí...

Ainda te amo,
Mesmo que declare seu horror,
Horror por estar sempre em mim,
Tendo que estar tão longe.

Eu te amo mesmo que não seja claro pra você,
Que minhas intenções não sejam óbvias,
Que seja toda subjetiva,
Que me esconda atrás do brilho dos meus olhos.

Eu sei que sou quase impossível de entender,
Sei que é assustador,
Sei que é sombrio e medonho estar ao meu lado,
E não imploro para que continue aqui.

Não imploro para mudar de escolha,
Nem para que esteja aqui,
Pra mim, sempre.

Só peço que nunca me esqueça,
Pois sabemos nós que a única coisa que temos
São nossos sentimentos verdadeiros.

Não duvido dos seus,
Nem espero que conteste os meus.

Desculpe... EU!





    Flor Nigra                        

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