domingo, 8 de março de 2015

 Eu ainda não me decidi
sobre todas aquelas palavras.
 Não fui eu quem disse que estava perdendo o
sentido, esquecendo os porquês.

 Tudo o que fiz foi cumprir um desejo seu.
 Me lembro daquelas palavras na madrugada,
no frio, sob a seda dos lençóis.

 Eu até pensei em lhe telefonar,
eu juro que eu quis,
mas não sei bem se por orgulho 
ou altruísmo,
me lembrei daquela noite,
e todas aquelas palavras.

 Lembrei também da agressão,
estranhamente sexy, 
com que proferia cada uma delas,
com que me olhava.

 É impossível esquecer também o
ardor e todo o desejo que senti
intensamente por aquele seu olhar.

 Anjo, perdona-me as faltas,
e esqueça-me os excessos.

 Esqueça-me, aliás, tudo!

Perca-me em meio à seu mundo,
mas tenha-me ainda em ti,
guarda-me apenas o rosto e
sinta-me ainda,
meus beijos, cheiro e gosto.

 Que falhe-te o humor,
mas que permaneça-te o amor.


                     Helena d'Fleur.        

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