quinta-feira, 23 de julho de 2015

Outra Noite Perdida


 Mas é que na madrugada passada
eu só passei,
e no sentido mais puro.
 Perdi o sono lembrando do seu cheiro,
do seu sorriso e do seu olhar.

 Eram os desejos gritando 
nos meus ouvidos.

 É que bate a vontade louca
de ter você morando em mim 
e todas as músicas que eu ouvi
tentam sufocar meus desejos,
se tornaram nossas...

 E pode ser com mais ninguém,
não dessa forma, 
não autoral da nossa forma de sempre.

 O aperto de ainda ontem
me fez não poder trair-me,
não me deixou matar-te dentro de mim.

 Eu gritei calada,
e tudo me sufocava o sorriso,
cópias deste apenas havia nas lembranças.


 E entrelaçavam-se nas cortinas dos meus olhos,
eram todo o colorido das pupilas,
que agora já não brilhavam tanto.

 Coloquei óculos escuros logo ao acordar,
não pretendia vê-los refletidos no espelho,
os sorrisos e gargalhadas,
não logo pela manhã...

 Mas à noite assombrava-me o sono.

 Era o fantasma que 
eu queria materializado,
ali do meu lado,
na cama, grudado em mim,
me dando a segurança 
que costumava transpirar.

 E a maior pena, é que
sempre desejei nunca desejar-te 
aqui novamente.

 Acabo levando mais um dia vazio,
frio, despido de prazer...
até encontrar aquele amigo que 
ainda vê você todos os dias,
a quem eu particularmente invejo,
e me dá notícias de que está feliz,
e que já preencheu o vazio 
que eu deixei pra trás,
e me corta por dentro.

 Egoísta eu me sinto 
toda vez que penso assim,
mas é como na última discussão 
nós dissemos,
seríamos ambas orgulhosas...

 Agora eu entendo quando dizem
que a faca do egoísmo corta fundo...

        Ingrid Nogueira.

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