Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Nanyh... em silêncio
Nunca soube guardar pra mim,
e sempre me doí.
Porque me provoco dores todos os dias,
doei tempo, mesmo que não reclamado.
Era meu lazer,
sempre tive prazer
na possibilidade morta de você.
A possibilidade que faço questão
de desenterrar todos os dias,
ou melhor, noites...
Me faço tão responsável quanto
posso ser vítima,
e sou tanto vítima quanto
poderia ser responsabilizada.
Queria tanto você aqui,
sendo minha âncora,
e eu, poder ser o seu porto,
sem a vista repetida e enjoativa
de todos os outros,
ser sempre nova pra você,
e me renovar em nós.
É que eu me acostumei
em viver certas coisas em sua função...
Não considere a possibilidade louca
de paranoia ou até a de fixação,
eu só preciso de um "tempo detox"
dessa história.
Traga os Homens de Preto,
apague apenas o seu período
em mim, apague toda sua parte
na minha memória,
e deixe vivo em você,
mantenha vivos os momentos
doces, singelos e verdadeiros,
que é pra saber como me lembrar
da minha porcentagem boa,
que embora pequena, é sincera.
Me apague as marcas,
menos aquela,
escondida, discreta,
que nem uma limpeza geral no sistema
pode me fazer esquecer...
Quero apenas ela em mim.
Eu te amo,
embora seja apenas eu,
e que eu ame sozinha,
só não me faça lembrar os motivos,
os cortes, as dores, nem as decepções...
Nanyh,
era segredo, era doce, era secreto,
era você, e nem você mesma sabia...
Tão claro, reluzente e simples...
É que você não viu,
e eu não assumi mesmo que em segredo,
não na sua quantidade ideal...
Talvez tenha sido esse o maior
fator, o maior problema,
e acabou assim.
Só não me obrigue a lembrar dos motivos,
dos porquês, da maneira, das palavras...
do jeito que estamos levando
sempre foi o que elegemos o ideal,
mas me machuca muito,
preciso de um mundo novo pra explorar,
um em que não me apareçam os seus vestígios.
Não pela falta,
mas pela dor que a sua presença
me provoca, que sua ausência me faz desesperar.
Ingrid Nogueira.
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário :
Postar um comentário