domingo, 14 de fevereiro de 2016

Eu era uma afirmativa
negativa.
 E nada me permitia
ser sim.

Me envolvia por alguém
que me fez retornar,
-não como Perseu à sua
Penélope..._

Me fiquei por alguém
que não quis ficar.

 Estive ali em vão.

 Me "curei" do que eu
não precisava me curar,
de uma ferida que
na verdade nem
existia e eu me
deixei acreditar.

 E ela não estava aqui,
mas a minha mente
não me permitiu enxergar,
e como aquela bailarina torta,
eu via, como numa pirueta,
o mundo distorcido,
encurvado e dentro de voltas.

 Como num caleidoscópio,
dentro de cores e
imagens repetidas.

 Foi uma enorme convulsão
febril de dores e alegrias,
e acontecimentos em
total desconexão.

 E aquela voz,
se distorcendo e como
que se contorcendo em mim.

 E toda aquela viagem
me era já conhecida,
eu já havia passado por ali.

 Mas ela não me deixava
o direito da conclusão.

Os fatos sobre ela sempre
me acabam antes do fim.

 E se eu tivesse a
conclusão nas minhas mãos,
seria igual ao começo,
seria fim pra um
início desesperador
como foi o seu...

 Por que eu sou atrapalhada,
sou de amores desconexos,
de sentimentos loucos
e insanos.

 Meu coração é desengonçado,
e me faz amar,
e doer, e chorar,
eu dói pela bagunça de ser.

 Ingrid Nogueira.

Nenhum comentário :

Postar um comentário