Eu era uma afirmativa
negativa.
E nada me permitia
ser sim.
Me envolvia por alguém
que me fez retornar,
-não como Perseu à sua
Penélope..._
Me fiquei por alguém
que não quis ficar.
Estive ali em vão.
Me "curei" do que eu
não precisava me curar,
de uma ferida que
na verdade nem
existia e eu me
deixei acreditar.
E ela não estava aqui,
mas a minha mente
não me permitiu enxergar,
e como aquela bailarina torta,
eu via, como numa pirueta,
o mundo distorcido,
encurvado e dentro de voltas.
Como num caleidoscópio,
dentro de cores e
imagens repetidas.
Foi uma enorme convulsão
febril de dores e alegrias,
e acontecimentos em
total desconexão.
E aquela voz,
se distorcendo e como
que se contorcendo em mim.
E toda aquela viagem
me era já conhecida,
eu já havia passado por ali.
Mas ela não me deixava
o direito da conclusão.
Os fatos sobre ela sempre
me acabam antes do fim.
E se eu tivesse a
conclusão nas minhas mãos,
seria igual ao começo,
seria fim pra um
início desesperador
como foi o seu...
Por que eu sou atrapalhada,
sou de amores desconexos,
de sentimentos loucos
e insanos.
Meu coração é desengonçado,
e me faz amar,
e doer, e chorar,
eu dói pela bagunça de ser.
Ingrid Nogueira.
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
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