Meu eterno amor,
você nunca vai acabar,
mas acabou,
mirrou, é o fim.
Eu piso em ovos,
porque eu não quero te machucar,
e eu te carrego no colo,
já que eu não quero te magoar.
Mas eu te poupo,
e meu peito te rasga,
meus músculos fatigam,
eles têm espasmos.
Te carreguei no colo,
e me deixei descansar deitada
em lâminas cortantes.
Meu corpo se feriu,
e minhas feridas escorreram sangue,
meus pulsos estraçalharam,
a jugular esguichou (calada).
Eu morri,
e não houve alvoroço,
nem alarde,
foi um fim invisível,
eu esmaeci.
Eu não fui pro céu,
agora tudo é pálido e frio.
Não existe céu pra pessoas como eu,
mas eu não aprendo.
E eu trouxe comigo
um pouco de sangue
do que me fugiu.
Eu acordei assustada,
haviam tantas feridas,
tudo em mim ardia,
e o meu corpo escorria.
"Não!
eu não transbordei,
fui interrompida,
eu não me interrompi."
Foi o que eu escrevi nas paredes,
no chão,
eu escreveria também na porta,
se houvesse uma porta,
e no espelho, se esse houvesse.
Eu pintei tudo o que havia,
e eram apenas paredes de um infinito pálido,
eu estava sozinha,
porque eu me deixei morrer,
e via o meu espírito escorrer.
Ainda posso me ouvir gritar,
sabia?
E eu não podia ficar,
não podia intervir,
porque eu -digo, o meu corpo-,
não reagia.
Eu me assisti ir,
e esmaecer
ficar avulsa...
E não pude
nem me despedir.
Tudo naquele caminho me machucava,
e minhas pegadas ficavam,
mas ninguém as seguia,
eu fui andando
eu sabia qual a direção a seguir,
mas não sabia aonde estava indo,
e não tinha reações,
o meu espírito só ia,
e nunca parava,
eu senti o seu sorriso
quando eu passei por você.
Eu te amo,
mas eu morri.
Meu coração não pulsa mais,
é gélido.
Eu te amei.
Ingrid Nogueira.
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
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