Eu sou solúvel,
e diluo nos seus lábios,
e escorro no canto da sua boca,
me misturo com seus fluidos corporais,
enquanto me contorço na sua cama.
Eu sou doce,
e sumo quando seus lábios me tocam.
Você sabe como me tocar,
você aprendeu muito bem
sobre o meu corpo,
e sabe bem o que eu quero,
suas mãos seguem as
recomendações dos meus olhos,
e quando eles se fecham,
cada suspiro é termômetro,
e você sabe como me fazer
andar nesse caminho.
Você sabe como me fazer dançar,
e me conduz nesse ritmo.
Você comanda a orquestra,
e eu me confio a você,
eu me perco,
e esse caminho é longo.
Meus olhos perdem o rumo,
eles saem da órbita,
mas eu não posso gritar,
seus pais estaõ na sala.
Minhas unhas arrancam a
pele das suas costas,
eu deixo você saber
quando estou perto de derreter,
o meu corpo não mente,
e dilui aos poucos.
Eu faço uma poesia erótica,
sem papel nem caneta,
eu faço poesia,
e eu gozo,
poesia sensurada,
eu faço,
com o meu corpo,
poesia boêmia,
eu vendo o meu prazer,
e exponho nos livros,
nas bancas de jornais,
o mel é seu demais.
Ingrid Nogueira.
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
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