As palavras sumiram
Escrever dói, sabia?
Dói por te colocar na frente do espelho
Por te fazer colocar pra fora
E é aí que a realidade não pode ser fingida
Dói por ser o famoso tapa de luva
Por te fazer ver, além de saber
Te faz sentir muito mais que calar
E calar é a tentativa de tapar a ferida
De estancar o sangramento que continua
A rolar e afogar seu interior
Escrever é mais que só falar
É se obrigar a nadar
A dar sempre a próxima braçada
Mesmo que seus músculos todos dêem sinais de que não suportam mais
Porque é nessa hora
Que a palavra te mostra a força que têm
É aí que ela te obriga a se salvar
Escreve pra viver
E mais que isso
Escreve quando não mais quiser viver
Quando não suportar estar vivo
Nessa hora, redige quase um livro
A palavra te invoca
Pra escrever
Pra reviver
Pra sentir
Pra doer
E lembrar de respirar
Lembrar da dor
Lembrar do choro
Do choro de alegria também
Lembrar que dói,
Mas que pode fazer bem
Escrita é alegria
Mas também é choro
É voz, mas também é silêncio
É tão oposto
Que chega fazer gosto
Quando se pode olhar
Enquanto alguém escreve
Expresso o sentimento no rosto
Escrever transparece
E às vezes a gente se recusa a olhar
A gente tem medo da gente
Medo da gente mesmo se decepcionar
Ingrid Nogueira
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
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