Todos os dias eu tenho ido ao meu limite
Chego lá e retrocedo
Não consigo falar
Não consigo ou não sei me expressar
De toda a angústia que bate no meu peito
É quando me corto em pensamentos
Meu sangue imaginário percorre cada contorno junto à caneta,
E cada tecla do celular
Me imaginei nessa cena tantas vezes
Que já decorei o cheiro
E cada movimento com a ponta da caneta
Que me facilite a visão
Cada vez que eu limparia a tela do celular
Por não mais poder identificar as letras
Até ao ponto de não mais precisar por tê-las decorado a posição
É uma imagem que me ajuda a aliviar
Já me senti bizarra por isso
Por acaso alguém entenderia o que se passa dentro de mim?!
Carrego tantas dores
Que dói acreditar que era delírio
Ou vontade calada
A morte tem batido na porta de desejo
E o medo tem me mantido viva
Talvez
Talvez seja o amor
Ou o anseio de mudar
A caneta sangra meus pensamentos
Sinceros
Transparente
Ela dói
Mas deixa meus sentidos atentos
A caneta
A maçaneta
O papel
Portal
O mundo de fora
O outro lado
Lado de cá
O mundo de dentro
Atravesso
A caneta
Me atravessa
É a ponte pra cruzar
Cada letra
Um passo
Vivo
Me jogo
Perco o ar
Ressucito.
Ingrid Nogueira.
Resolvi causar certos desconfortos que até ontem eu evitei... A sociedade sempre me impôs regras de "como me portar", "como ser" ... Cansei de toda essa ladainha, não vou mais maquiar, e está decidido! O que me faz ser eu, são as diferenças e aceitações que carrego comigo. Sozinha, resolvida, lésbica, atriz, jovem, e orgulhosa de mim mesma. Sem visar conforto aos leitores, eu sou desse jeito, e não vou me conter para agradar à ninguém. Sejam bem-vindos ao que eu sou!
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