quarta-feira, 11 de junho de 2014

  Já está tudo tão sem promessas,
o mundo parou e a regra é ficar sempre igual.
 E a vantagem é que não seguimos todas as regras para sobreviver,
nós escolhemos não dar mais nomes a nada do que fazemos,
decidimos deixar até nossas relações sem nomes.
 A vantagem sempre será que somos nós que decidimos,
nós é que deixamos acontecer,
e fazemos com que aconteça da forma mais
prazerosa e improvável que poderíamos prever.
 Mas eu sinceramente não sei o que está acontecendo entre nós.

 Nós nos vemos quando conseguimos,
tentamos, realmente nos comportar e
ficar à uma distância que nos mantenha seguros,
nós tentamos de verdade,
mas é algo que está além de nós.

 Não somos amigos,
e tampouco nos odiamos.

 É como se dependêssemos um do outro
para ser ou estar.

 Nós acreditamos em coisas distintas,
mas não discutimos sobre isso,
e quando se trata de nós,
acreditamos sempre no momento,
no enorme prazer que nos proporcionamos.

 Decidimos não nomear, nem definir o que sentimos,
por que à tudo que é definido, se aplicam muitas regras e palavras inúteis que nos limitam.

 Sem contar com toda a burocracia
que o Estado iria aplicar para que nos víssemos ou nos tocássemos.

 Livres que somos,
e preferimos que continuemos sendo,
nossa relação continua sem nome,
não por descaso, por puro zelo.

 E por zelar do que de ti penso e o bem que te quero,
não revelar-te-ei o nome,
para que continues livre à participar
desse círculo surpreendente do nosso tempo.

 E que ele nos conceda o prazer legítimo de por ainda toda a vida,
nutrirmos e gerarmos essa relação sem nome,
mas transbordante de desejo.

                                                   Théo.
             

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