Assim como minha cabeça não tem um rosto,
Consequentemente não tenho uma boca,
E essa boca não carrega uma voz ...
Para o que eu vejo, dou as costas,
ignorando a realidade,
Pra ter a sensação de que amanhã,
quando eu acordar, tudo terá renascido diferente.
Os ouvidos que escondo debaixo dos cabelos,
ouvem apenas o que eu absorvo,
O que do de-fora decido carregar em mim...
Suas escolhas não me representam,
Sou regida pelo que penso,
Sou meu país, e dele,
eu mesma sou rainha, madre, clero e burguesia...
Não ignoro o que odeio em ti,
porque é isso o que em ti me faz te amar.
Ninguém me vê, ouve ou sente,
sou abstrata e acabo por despercebida em ti...
Ingrid Nogueira.
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