domingo, 10 de abril de 2016

Eu só nada por hoje...

Sobre ela me perguntar:
- Não, eu não estou bem...
Sobre o que aconteceu:
- Nada!

Nada de interessante,
Nada de intenso,
Nada de colorido,
Nada de quente...
É que por hoje eu sou um mar vazio,
Um imenso nada...
Eu só "nada"
E "nado" de braçada...
Por que não me interessa,
Eu não quero mais chegar...
 Não quero atender o telefone,
Não quero mais ouvir teu nome...
Se reparasse no que eu digo,
Saberia que bem eu estou
quando falar do mundo todo
ainda é pouco...
Mas hoje eu só nada.
O "in" me faz por hoje,
É que eu sou o avesso hoje,
Eu decidi estar do outro lado,
Insossa, só pra saber como é...
 Hoje eu decidi não ser,
E nem estar,
Eu vou apenas ficar,
Num espaço paralelo,
que de certa forma te ocupa o olhar,
Num tempo em que te tomo a observação...
Hoje eu vou me matar,
E cortar o meu rosto,
E me dar de bandeja ao que desejar,
Eu vou beber lágrimas,
Eu vou me embriagar dos confetes de carnaval.

Por que eu não quero ser vista,
Eu não quero ser compreendida,
Eu quero ser sentida,
Eu quero que você sinta a minha dor,
Quando parar e observar,
Por que eu te dei o meu sorriso,
E você o achou amarelado demais,
Eu escovei,
você achou torto demais,
e eu tratei...
Você achou certo demais,
desalinhei...
 Eu te fui tudo demais,
Pequei...

      Ingrid Nogueira.

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