terça-feira, 7 de junho de 2016

Eu sou um cubo de gelo

Sou fria sim!
É meu direito.
Sou um cubo ambulante de gelo,
E não devo calor à ninguém.
Eu sei controlar
A temperatura do que eu sinto,
Sou dura e fria,
E se eu sou assim,
É direito meu!

E como uma pedra de água sólida,
Se o que me vier de encontro
Me aquecer,
Me deixo derreter.

Me mantenho como
O ambiente me favorecer,
Quando me deixei maleável,
Fui bebida, fui cuspida,
Passei em corpos
Onde não fui notada,
E onde eu reguei,
Nasceram flores,
Com cheiro de maturidade.

Aprendi a ser garoa
Quando arriscar chover,
Aprendi a gotejar
Quando perceber que algo dali pode brotar,
Aprendi a me conter quando
Desnecessária a explosão,
Aprendi a ser rio manso
Quando na tempestade um trovão me gritar,
Aprendi a respirar,
Quando numa gruta eu achar sossego...

E aprendi a me manter
Quando nos Icebergs
Do amor, a dor parar o meu coração...

Eu sou um cubo de gelo
E eu não me sinto na obrigação
De estar branda porque
O SEU momento me pede
Um carinho,
Um calor,
Um cuidado...

Porque meu amor
Não se mede pela sua vontade.

Ingrid Nogueira.

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