sábado, 8 de outubro de 2016

Eu me lembrei dela,
foi aleatório, eu juro!

Percebi que ainda estava abalada,
que nunca a havia esquecido,
que ainda estava viva em mim...

Aquele sorriso em seus lábios
tão rosados, tão vívidos,
tão possuidores da minha admiração,
do meu desejo...

Eu os vi,
na minha frente,
me convidando à prová-los mais uma vez.

Mas ela não estava ali,

E senti o seu cheiro puro,
e forte, e convidativo,
como quando a vi pronta,
e acesa, e sorrindo,
com os punhos perfumados,
com as veias saltando de dentro da pele,
bombeando o sangue tão quente,
e rápido, dentro de tanta expectativa,
com tanta vontade de se entregar a mim...

Eu ouvi os batimentos do coração dela,
e a ouvi sussurrar besteiras no meu ouvido,
seguidas de um riso enquadrado no
canto esquerdo dos seus lábios,
acompanhado daquele olhar,
que me era irresistível...

Me voltei à mim,
ela morreu,
e quis ressurgir,
logo daqui...

Ela era espirituosa,
e seu espírito me irradiava
toda vez que me tocava.

Mas o meu orgulho me fez dela esquecer.

Ela me fez dançar na chuva,
e em seguida me arrancou o chão.

Me lembrei o motivo de
deixá-la naquela encruzilhada do caminho,
a dor já ali,
me era maior que os risos,
eu a amava, mas ela só era feliz sozinha...


                       Ingrid Nogueira.

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