sexta-feira, 5 de setembro de 2014

 Ouvi aquela música que você adora,
quebrei o disco e joguei no cesto de lixo
que fica na porta do vizinho, que era
pra não me incriminar.

 Mas entendi que tentar esconder as provas não adianta,
pois minha consciência me faz 
remoer a culpa daquele crime passional,
e eu juro que foi...

 Na verdade, caberia uma legítima defesa,
seguida de ocultação de cadáver.
Sim! Pois me faz mal lembrar daquelas nossas tardes,
fugindo das responsabilidades,
fugindo desse mundo material, e 
indo para nosso universo particular.

 Aliás, o céu desse nosso universo hoje é carmim,
pois sangro por teres me deixado,
por teres me enganado, me arrancado o coração.

 Escrevo ouvindo baladas românticas,
da época em que minha mãe fazia acreditar no amor,
me ensinava que era fundamental,
como todo medo normal.

 Desisti de recriar você em mim,
pois sempre reconstruo, sem querer,
a cena que me destrói novamente.

                                                                  Théo.

Nenhum comentário :

Postar um comentário