E não estar aqui...
Eu estou lá, que é pra onde
Eu me deixo carregar...
Eu estou lá,
Que é onde meu coração
Sempre teima em estar
Eu morro, hoje lá,
Ela planície, ontem aqui...
Eu subida e
Ela descida,
Declínio, decaída...
E é lá nela,
Toda instável,
Que meu coração
Precisa estar...
Coração viciado
Na mais profunda sofreguidão...
Coração poeta,
Ou metido à versador...
Que teima na
Posição à ocupar,
E não se importa
Com as dores que vai doer
Que teima nos calos
E cicatrizes...
Meu coração é bonito,
Cheio de marcas,
Tatuagens as quais ele se tatuou,
Ele tem marcas próprias,
E não há sorriso dela
Que o faça parar...
E agora ele gela
Sem ninguém
Pra abraçar,
Pra ouvir seus lamentos,
Hora rápidos, hora lentos...
Hora altos, hora silenciosos,
E frenéticos e hora mortos...
Porque eu morro em
Suas mãos grandes,
E lentas, e frias,
E desajeitadas...
Porque ele não sabe
Se conter aqui, quieto,
Porque coração de poeta
Nasceu pra doer,
Pra rodar o mundo
Aqui, fora do peito...
E enquanto eu estou aqui,
Ela está lá, e ele,
Esse coração safado...
Ingrid Nogueira.
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