quinta-feira, 17 de março de 2016

Sobre se ver matar

Meu coração
Com sua petulância,
Decidiu morrer,
Ele quis ficar
Enquanto eu ia...

Ele tem vontade própria e quis ficar...
Ele preferiu se cortar,
Masoquista,
Patético...
E o amor, que se aloja,
O chamam de poético.
Ironia, visto que a dor
Que me causa prazer
Me deixa a sangrar,
E a doer...
O que tem de poético
Na falta de beleza?
Eu digo o que há!
Há o infinito,
Há o que não se poder explicar,
Há silêncio,
Há o observar,
E o sentir...
Há a atenção que ninguém te pode dar.
E no mesmo passo,
Uma solidão sincera,
Nua, pobre, aberta,
E o queimar calmo
das pontas dos cigarros no cinzeiro...
Vida que escorre de mim aos poucos.

Ingrid Nogueira.

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